Dr. José Donizete Ferreira Freitas, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Cassilândia (Acec). Foto Zildo Vieira.
Em entrevista ao Jornal Cassilândia, o dr. José Donizete Ferreira Freitas, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Cassilândia (Acec), falou sobre as iniciativas da associação para fomentar o comércio e atrair investimentos para o município.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, até agora, 124 microempresas encerraram suas atividades na cidade de Cassilândia, segundo levantamento de dados da Acec junto à Junta Comercial do município.
Na avaliação do presidente da Acec, o comércio local sofreu muito, principalmente atividades como bares, restaurantes e lanchonetes, que atendem especificamente no horário noturno e foram diretamente impactadas pelos decretos de restrição de circulação e lockdown.
“Mas o comércio de Cassilândia é muito forte, tem resistido a essas intempéries e já estamos visualizando melhora com a ampliação da vacinação na cidade, que já está com 70% da população vacinada com a primeira dose. Evidentemente que isso vai contribuir com a diminuição dos casos e a população começará a circular novamente para fazer suas compras e, daqui pra frente, aquecer um pouco mais nossa economia”, acredita Freitas, que disse que a Associação está esperando um “sinal verde da Saúde” para voltar a implementar ações promocionais para impulsionar as vendas no comércio, principalmente visando a época de Natal e Ano Novo.
Raio-x do Comércio de Cassilândia
José Donizete antecipou também que está articulando uma pesquisa para mapear o impacto da pandemia no comércio da cidade: o que fechou, o que abriu, quantos funcionários foram contratados no período, quantos foram dispensados, o faturamento das empresas durante a pandemia, entre outros pontos. “Queremos fazer um diagnóstico, ter um panorama mais completo relacionado ao comércio, um verdadeiro raio-x”, pontuou.
“Hoje, o maior sustentáculo do município é o comércio. Nós temos um comércio forte, um comércio que atende a região, e precisamos prestigiar esse comércio para que ele possa continuar sendo o maior gerador de emprego, de renda, de ICMS. Então precisamos que o município também dê essa atenção ao comércio.”
Articulando parcerias
Uma das frentes de trabalho da Acec tem sido a sua atuação como agente precursor do desenvolvimento e busca de alternativas e planos de parcerias para viabilizar recursos e atrativos para investimentos no município de Cassilândia.
Entre essas frentes está o trabalho conjunto com o Sebrae e com os municípios da Região Costa Leste (que abrange: Água Clara, Aparecida do Taboado, Brasilândia, Bataguassu, Cassilândia, Chapadão do Sul, Inocência, Paranaíba, Santa Rita do Pardo e Três Lagoas).
“Estamos desenvolvendo planos de ação em conjunto que envolvem a criação de atrativos para empresas, pois cada município possui suas prioridades e temos buscad
o junto ao Governo do Estado a possibilidade de uma diferenciação dos incentivos”.
Donizete explica que essa disputa por empresários é muito grande e todos os municípios estão trabalhando com todas as suas forças atrair os investimentos para a sua cidade. Por isso, esse é um esforço não somente da Associação Comercial. “Somos um agente, um parceiro, mas cabe à administração pública, à prefeitura e à secretaria de desenvolvimento econômico realizarem um trabalho muito forte, pois a concorrência é muito grande, e são eles que têm o poder de oferecer incentivos, como terrenos, isenção de ICMS por um período, entre outros atrativos”.
Rodovias são principal entrave
Um dos principais problemas para despertar o interesse do investimento privado na região é a situação das rodovias de acesso a Cassilândia. “Assim como foi feito com a rodovia que liga Cassilândia a Chapadão do Sul, já existe uma conversa adiantada para terceirizar também o trecho que liga Cassilândia a Aparecida do Taboado, uma rodovia de trânsito pesado, muito fluxo de veículos, e que atualmente está em condições precárias. Então, como vamos atrair um grande investimento para Cassilândia se não temos rodovias adequadas para as pessoas transitarem com segurança? Esse é um grande problema que precisa ser solucionado”, cobra o empresário.
Por Cínthia Schmidt
Jornal Cassilândia