MST reduz invasões em MS por medo da ‘fúria’ de Bolsonaro

Presidente comparou MST com grupo terrorista e chamou de ‘praga’ o movimento dos sem-terra

Sem nem um histórico de ocupação de áreas rurais neste ano, em Mato Grosso do Sul, o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra), um dos mais notáveis movimentos sociais do país, militante aqui no Estado desde a segunda metade dos anos 1980, parece ter brecado suas ações por receio de eventual opressão instigada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Aqui em MS, por duas décadas – entre os anos de 1990 e 2000 – as ocupações eram dimensionadas por mês, com históricos de conflitos e mortes.

Em maio deste ano, dois grupos de sem-terra, que teriam ligação com a Associação dos Trabalhadores Rurais Bom Pastor, sem qualquer vínculo com o MST, ocuparam duas áreas, uma em Cassilândia, outra em Inocência.

A redução das ocupações pode ter relação com a declaração publicada pelo site noticioso Poder360, de Alexandre Conceição, um dos chefes do MST nacional, que disse que o movimento recuou nas ocupações para preservar a segurança das famílias. Ele afirmou ainda ao site que “tudo” que a gestão de Bolsonaro quer é “massacrar os trabalhadores”.

Semana passada, em Brasília, o presidente afirmou que o MST age como o Hezbollah (tido como movimento de resistência legítimo no mundo islâmico e árabe, contudo, considerado como organização terrorista por países como Reino Unido, Estados Unidos, Israel e Canadá).

O presidente afirmou ainda que o movimento, além de grupo terrorista, queima propriedades e desestimula o homem do campo a produzir e também chamou o MST de “praga”.

NÚMEROS

O Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, órgão que executa a política fundiária nacional, criou o último assentamento em MS, que é o retrato físico da reforma agrária, em dezembro de 2013, quase nove anos atrás.

E o atual governo, pelas declarações do mandatário Bolsonaro, não intenciona em tocar projetos para atender a reforma agrária.

No início deste mês de agosto, surgiram boatos alegando que havia um plano em curso, supostamente conduzido pelo MST, com o propósito da criação de um acampamento na região sul do Estado. No entanto, os rumores, que teria como alvo áreas rurais situadas nos arredores de Caarapó, ao menos por enquanto, não vingaram.

No primeiro semestre do ano passado, o MST comandou 25 ocupações de fazendas, no Brasil todo. Já no primeiro semestre deste ano, no mesmo período, as ocupações somaram apenas oito.Top Mídia News

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