Suspeito de participar de assalto que terminou com ladrão morto por PM de Suzano se entrega à polícia

Kelvelliny se entregou na Delegacia de Homicídios de Mogi das Cruzes  (Foto: William Tanida/TV Diário)

Kelvelliny se entregou na Delegacia de Homicídios de Mogi das Cruzes (Foto: William Tanida/TV Diário)

O suspeito de participar da tentativa de assalto em uma escola que terminou com um ladrão morto por uma policial, em Suzano, se entregou à polícia nesta sexta-feira (18). Kelvelliny Pitter Santos de Lima, de 24 anos, se apresentou na Delegacia de Homicidos de Mogi das Cruzes com o seu advogado após sua prisão temporária ter sido decretada pela polícia. O suspeito afirma que apenas deu uma carona a um amigo de infância e que não sabia que ele iria cometer assaltos.

Durante o crime, no último sábado (12), Elivelton Neves Moreira, de 20 anos foi morto por uma policial militar de folga que aguardava as comemorações de Dia das Mães. A ação foi gravada pelo circuito de monitoramento 

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Segundo a polícia, Kelvelliny contou que quando viu que o amigo foi baleado se desesperou e ligou para a mulher, Fernanda Beatriz da Silva Ribeiro Barbosa, dizendo que o carro dela tinha sido roubado. Então, ele diz que escondeu o veículo. A mulher registrou um boletim de ocorrência do roubo.

Ao ver as imagens do crime, porém, Fernanda disse ter percebido que era o seu carro que passava pelo local. Ela contou que pressionou o marido, que acabou confessando ter dado carona. A mulher então ligou para a polícia e contou, anominamente, onde estava o carro que achava ter sido roubado.

De acordo com o delegado que investiga o caso, Rubens José Ângelo, Kelvelliny vai responder por mais de um crime. “Ele está sendo preso temporariamente pelos crimes de roubo duplamente marjorado, emprego de arma e no concurso de duas ou mais pessoas e por falsa comunicação de crime por ele ter prestado auxílio material, com o veículo, no crime de roubo na cidade de Suzano, juntamente com Elivelton.”

A prisão temporária tem duração de cinco dias e, no término deste prazo, ela pode ser convertida em prisão preventiva. Kelvelliny será encaminhado para a cadeia pública de Mogi. A prisão temporária foi decretada na 2ª Vara de Suzano.

Ainda segundo o delegado, a versão apresentada por ele, de que apenas deu uma carona para Elivelton, não convenceu. “Essa hipótese é isolada nos autos, tendo em vista até o seu passado. Ele possui antecedentes criminais por crime contra o patrimônio, por furto e, inclusive, ostenta uma condenação de 1 ano e seis meses, em regime aberto. Ele já é condenado, cumpre pena. Ele foi condenado em 2017, ou seja, ele é reincidente. É uma pessoa perigosa.”

O delegado disse que foi pedida também a prisão temporária da mulher dele, Fernanda Beatriz da Silva Ribeiro Barbosa, mas não foi aceita. “Ela está sendo indiciada por falsa comunicação de crime e favorecimento pessoal, por ter auxiliado ele no registro do boletim de ocorrência falso, bem como na ligação de 190 para a localização de veículo e também por auxiliá-lo, acobertá-lo no crime de roubo, porém ela vai responder em liberdade”, diz.

O delegado destacou que apura também a eventual participação dela no crime de tentativa de roubo. A mulher nega os crimes.

“Os próximos passos da investigação será a vinda dos laudos periciais faltantes, vou finalizar o inquérito, relatando e representando pela prisão preventiva de Kelvelliny”, pontuou Rubens.

Defesa
O advogado do casal, Kaled Lakis, afirma que os dois foram envolvidos “tragicamente” no caso. “Ele simplesmente deu uma carona para o conhecido de infância. Jamais ele ia saber que seria cometido um assalto. Ele deu a carona, desceu e, pelo próprio vídeo dá para ver que ele continuou o trajeto e veio embora”, afirma.

O advogado conta que o suspeito se entregou porque viu que a esposa estava sendo envolvida na história.

Em relação a Fernanda, Kaled diz que ela não sabia da situação num primeiro momento. “Ele ligou para ela e disse que foi roubado, pediu que ela ligasse para a polícia. Depois que ela viu a reportagem na TV, ela reconheceu o carro através de um adesivo e ela pressionou ele”, diz.

Kelvelliny Pitter Santos de Lima disse à imprensa, antes de se entregar, que ficou desesperado no dia dos acontecimentos e por isso pediu para a esposa fazer um boletim de ocorrência, a fim de evitar transtornos a eles. “Ela não sabia de nada. Até o momento ela achava que o carro tinha sido roubado de verdade. Depois, com a repercussão que estava dando, ela me chamou e perguntou o que aconteceu. E foi aí que eu falei para ela o que tinha acontecido, mas ela é inocente”, relata.

“É difícil, eu dei essa carona e acabei me prejudicando. Vou passar por isso e continuar com a minha cabeça erguida”, se defende o suspeito.

Fernanda contou a mesma versão à imprensa. “A minha participação foi a partir do momento que eu fiz a ligação para o 190 comunicando o roubo e, depois, eu mesma denunciei onde meu carro estava. Ele falou para mim que estava em lugar precário, tipo periferia e não tem seguro. É o único bem que eu tenho e a minha atitude foi essa”, defende.

“Quando eu vi as imagens, eu identifiquei o meu carro por um adesivo que tem na placa traseira, porque a placa não estava nítida. Eu pressionei ele, já que o carro está no meu nome, e ele falou a verdade. Foi ai que eu fiz a denúncia”, continua.

O caso
Uma policial militar de folga, baleou Elivelton durante uma tentativa de assalto a um colégio particular de Suzano. Ela estava chegando na unidade para participar das atividades de Dia das Mães. Mais tarde, o suspeito morreu no hospital.

De acordo com a Polícia Militar, o suspeito estava com um revólver calibre 38 e já tinha abordado outras mães que aguardavam a abertura do portão, além de ter revistado o segurança da escola para ver se ele estava armado.

Outro crime
Além da tentativa de assalto em frente ao colégio particular de Suzano, o delegado Edson Gianuzzi, do Distrito Central de Suzano, disse na segunda-feira (14) que Elivelton foi identificado como o chefe da quadrilha que assaltou e matou o aposentado Renato Brígido, de 58 anos, em 2017.

Irmão
Nesta quinta-feira (17), a polícia prendeu o irmão de Elivelton, Gilberto Neves Moreira, de 30 anos, durante uma abordagem em Ferraz de Vasconcelos. De acordo com a Polícia, ele portava cinco munições calibre .45, de uso exclusivo da polícia e forças armadas.

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