Cassilândia: Professora Rosarinha é homenageada pelo jornalista Élio de Castro Paulino

Na foto de 1951 ela aparece com seu pai, Domingos de Souza França

Maria do Rosário Castro, a Dª Rosarinha

Por Élio de Castro Paulino*

Ao tomar conhecimento da morte de uma das professoras dos meus primeiros anos escolares, resolvi escrever.

O ano de 2018 começa com a passagem de uma das mais importantes educadoras da minha terrinha, Cassilândia (que na época fazia parte do Estado de Mato Grosso uno); Maria do Rosário Castro, conhecida por todos os seus alunos como Dona Rosarinha. Filha de pioneiros da cidade, Domingos de Souza França e Dª Ana Maciel, ela era casada com meu primo Ibio de Castro (piloto da aviação civil e filho dos tios Armanda e Manoel de Castro), e faleceu neste dia 14 de janeiro na capital do Pará, Belém, aos 82 anos de idade.

Tive o privilégio de ter sido seu aluno nos primeiros anos do Curso Primário e ter um “Certificado de Conclusão” preenchido em letras de forma, desenhadas com nanquim preta e assinado por ela como diretora do Educandário São José, que era mantido pela Igreja Matriz de São José. O certificado era uma obra de arte.

Dª Rosarinha, que residia há mais de vinte anos em Eldorado dos Carajás no Estado do Pará, foi minha professora no Educandário São José, quando se utilizava a própria Igreja, como sala de aula, uma vez que o prédio da escola ainda estava em construção na Praça São José. Como a cidade era muito pequena, ela cuidava da escola e de cada um de seus alunos, com zelo, ordem e muito respeito, como se fossem partes de uma única família.

Além de ter sido seu aluno e devido ao nosso parentesco convivi bastante com seus filhos, José Geraldo, Lilian Ruth, Leila Miriam e Paulo César, tendo inclusive estudado em salas de aula com o mais velho, José Geraldo, tanto no Educandário São José como no Ginásio Comercial de Cassilândia e no Ginásio Estadual de Cassilândia.

De tradicional família católica na cidade ela participava de todos os eventos da comunidade, desde a construção da primeira igreja até a vinda dos primeiros padres e como professora estimulava seus alunos a lerem e declamarem poesias, durante os eventos do Calendário Escolar. Eu mesmo, iniciei o gosto pela construção dos versos ao superar a timidez e declamar a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias: “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá.”

*Élio de Castro Paulino é jornalista e ambientalista cassilandense e reside atualmente em Vitória, Espírito Santo

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