A viagem do casal, que tem dois filhos, foi longa e sofrida, mas terminou do jeito que eles sonharam, na região de Curitiba.

Tudo começou em agosto de 2018. Desempregado, Ronny Cardozo disse que até tentou enfrentar a crise na Venezuela, mas que tudo chegou ao limite. “Como a inflação só aumentava, era impossível comprar um arroz. Não dava para ficar”, lembrou.

Foi a partir daí que a família se encorajou e decidiu viajar para o Brasil. Ronny contou que até recebeu conselhos para vender o Fusca e viajar de ônibus, mas que preferiu se aventurar com o carro mesmo. “Todos diziam que eu estava doido e que não conseguiria chegar ao Brasil com um Fusca”, contou.

Com muita esperança e confiança no “guerreiro” El Alemán, como foi batizado o Fusca, a família não pensou duas vezes e partiu.

Eles saíram de Caracas e entraram no Brasil por Roraima. Depois seguiram pelo Amazonas, mas tiveram que parar no Rondônia para arrumar uma coisinha aqui, outra ali. “Deu problema na coifa, que sempre estraga mesmo, e o tanque de gasolina furou”,contou Ronny. Naquele momento, a família já tinha viajado 18 dias e percorrido 3,5 mil quilômetros.

Além do problema mecânico, também faltou dinheiro para completar a viagem até o Paraná. Por conta disso, eles decidiram parar por um tempo em Rondônia e tentar ganhar algum valor com a venda de doces. O Ronny também conseguiu trabalhar em uma oficina mecânica.

Aos poucos, depois de um ano, o casal conseguiu juntar o que faltava para chegar ao destino final. Com o Fusca intacto, eles viajaram mais 23 dias e rodaram mais três mil quilômetros.

Quando finalmente chegou ao Paraná, a família Cardozo foi acolhida na casa de uma família em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba.

Aos poucos, eles estão construindo a nova vida no Brasil. O casal já conseguiu emprego e agora só falta matricular as crianças na escola. G1