Eduardo Pereira da Silva: Farmacêutico pioneiro
Nasceu no dia 13 de outubro de 1888, na cidade paulista de Caconde, filho de família humilde, Eduardo Pereira da Silva. Naquela cidade ficou até os 16 anos, época em que mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Lá casou com uma moça e separou-se anos depois. A seguir, retornou para Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo, onde aprendeu a lidar com medicamentos e farmácia lá mesmo em Mogi. Não se sabe precisamente a razão que o fez vir para a nossa região, o que deve ter ocorrido nos meados dos anos 30, uma vez que casou com Ana da Costa Martins no mês de dezembro de 1938.
E foi ao lado do velho Eduardo que encontrou uma vida familiar mais sólida, permanecendo ao seu lado por durante muitos anos. Na época, Eduardo tinha cerca de 45 anos e ela apenas 16.
Ouvida, dona Ana lembrou que o marido possuía um alforje para carregar “aquela remedaiada” para atender aos casos de doenças dos moradores da comunidade. E os moradores só podiam contar com ele e com os préstimos de Antônio Paulino.
Do casamento nasceram os filhos João Antônio, o Juá; Hugo Eduardo Silva, notável liderança política com altos cargos no poder cassilandense, inclusive vice-prefeito, vereador, tendo iniciado como locutor do antigo Cacique do Ar; Deusmanda e Miguel. Dona Ana lembrou também que tiveram outras quatro filhas, falecidas antes de completar um ano de vida.
A lucidez proporciona à sua memória pessoas de sua época como seu Cornélio, Amador de Paula, José Rosa, o velho Amin José, chegando a afirmar que este foi o verdadeiro pioneiro a morar na região de Cassilândia, afinal ele havia construído a primeira casa de alvenaria na Praça São José.
Sendo uma senhora muito comunicativa e simpática, ela lembrou que as dificuldades para os filhos estudarem eram grandes, havia pouca gente para ensinar e muitos só tiveram ensino básico em escolinhas de fazendas.
A área da saúde pública, citou ela, também era precária demais, chegando uns a morrerem de “sapituca”, de repente, não se sabia ao certo a causa da morte, pois havia muitas doenças contagiosas sem a devida vacina.
– Havia uns moradores… Uns dez ou doze que ficavam por aí, espalhados em poucas casas.
Para a tristeza de toda a família Pereira da Silva, seu Eduardo veio a falecer no dia 14 de julho de 1983, em Cassilândia.
– O meu Eduardo era um homem que gostava de política. Era louco por política. Gostava muito também de lidar com remédios.
Desde a fundação da Farmácia Cuiabana, no longínquo ano de 1944, Eduado Pereira e dona Ana tiveram uma trajetória que só veio para engrandecer o comércio e a vida social da Terra de Cassinha. Extraído do livro A História de Cassilândia, de Corino de Alvarenga. Foto: Livro A História da Formação de Cassilândia, de Élio de Castro Paulino