Mãe se desespera ao encontrar túmulo do filho vazio em SP: ‘Revoltante’

Ruan morreu aos 8 anos, vítima de acidente de trânsito. Ele estava dormindo no banco de trás quando o carro onde ele estava foi atingido por outro veículo — Foto: Arquivo pessoal

Ruan morreu aos 8 anos, vítima de acidente de trânsito. Ele estava dormindo no banco de trás quando o carro onde ele estava foi atingido por outro veículo — Foto: Arquivo pessoal

Uma moradora de Peruíbe, no litoral de São Paulo, teve de reviver a dor do luto após não encontrar o corpo do filho no Cemitério Municipal Santa Isabel. Em entrevista ao G1, ela conta que foi até o local na última terça-feira (3) e encontrou um buraco no lugar onde deveria estar enterrado o filho. Segundo ela, não existia nem caixão, nem restos mortais.

“Foi tudo colocado num saco de lixo. É uma nojeira, não tem condições. É revoltante. Meu esposo saiu chorando”, afirma a confeiteira Andressa Ferreira Cardoso Rodrigues. Ao questionar a equipe do cemitério, ela recebeu a informação de que um ex-funcionário que trabalhava no local teria levado todos os contatos dos familiares. Por esse motivo, ela não foi avisada sobre a exumação.

O filho de Andressa faleceu há seis anos. Segundo ela, a direção do cemitério afirmou que entraria em contato quando os restos mortais tivessem que ser transferidos ao ossário. Ela disse que tinha o costume de entrar em contato para manter o cadastro atualizado e, ao notar a demora do cemitério sobre a data correta, decidiu ir até o local.

“Vamos lá nesta sexta-feira para abrir o saco e ver pelos pertences”, afirma Andressa, que irá até o cemitério para tentar localizar algum vestígio que possa comprovar que os restos mortais são mesmo de seu filho, já que o local abriga vários outros. “Vão ter que tirar para fazer burocracia, tentar ver pelas roupas”, diz.

Família buscas vestígios que comprovem que os restos mortais são do menino, em Peruíbe, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Família buscas vestígios que comprovem que os restos mortais são do menino, em Peruíbe, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Para Andressa, o sentimento é de revolta. “Além da minha revolta, tem outras denúncias. Tem muitas pessoas que foram prejudicadas. O cemitério só é arrumado um dia antes do dia de Finados. Fora isso, é mato até o joelho”, diz.

Ao G1, em nota, a Prefeitura de Peruíbe informou que os familiares são informados via edital, no começo do ano, sobre a exumação de falecidos há, no mínimo, cinco anos para adultos e três para crianças. Ele é disponibilizado no Boletim Oficial do município e, também, no próprio cemitério.

Após a publicação, a família tem 30 dias para se manifestar. Neste caso, a administração reitera que os familiares podem não ter se manifestado no tempo adequado, e que mesmo exumado, os restos mortais são transferidos ao local desejado. G1

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