A empresa JBS informou nesta terça-feira (17) que paralisou as atividades das sete unidades em funcionamento no Mato Grosso do Sul por tempo indeterminado. A decisão vem depois do bloqueio de R$ 730 milhões em bens da empresa, decisão tomada pela Justiça diante de pedido de deputados que integram a CPI da Propina.
Em nota divulgada nesta tarde, a empresa afirmou que a decisão é reflexo de “insegurança jurídica instalada em Mato Grosso do Sul”. Os abates bovinos estão suspensos, mas segundo a JBS os trabalhadores continuarão recebendo salário normalmente “até que a companhia tenha uma definição sobre o tema”.
A empresa afirmou, ainda, que se esforça para manter as operações na normalidade com objetivo de proteger os empregos de 15 mil trabalhadores que atuam diretamente na JBS em Mato Grosso do Sul.
Pressão
Praticamente uma semana depois da Justiça Federal atender pedido da CPI da Propina, trabalhadores da JBS se reuniram em Campo Grande para pressionar deputados a retirar a ação judicial. Essa hipótese chegou a ser cogitava por integrantes da CPI. A reportagem tentou contato com o presidente da comissão, deputado Paulo Corrêa (PR), nesta tarde, mas as ligações não foram atendidas.
A pressão dos trabalhadores é resultado de boatos que correm nos frigoríficos. A empresa estaria prestes a demitir funcionários em razão do bloqueio de bens. Uma suposta diminuição nos abates de bovinos aumentou a tensão entre os trabalhadores.
Sergio Bolzan, presidente do Sindaves (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne e Alimentação de Sidrolândia), explicou que a mobilização pede do governo, junto a CPI, que encontre uma solução para que a empresa pague pelo prejuízo pelo recebimento de incentivos fiscais e seu cumprimento, mas que ocorra por meio de parcelamento e desbloqueio.
CPI da Propina
São alvos da CPI o governador de Mato Grosso do Sul, o Estado, os irmãos Batista e a J&F. O pedido de bloqueio é para garantir integral ressarcimento aos cofres públicos devido ao possível prejuízo causado por suposto esquema entre o governo e o grupo JBS. O conteúdo tem como base a delação premiada de Joesley, feita no final de maio deste ano. Midiamax