CRÔNICA Bom-dia, Arthur!

Uma notícia publicada pela Folha de S. Paulo, de ontem, 7 de dezembro, é, no mínimo, curiosa. Mais: é importante sob o ponto de vista da informação jornalística. E dá uma ótima crônica. É sobre Arthur, o menor bebê do Brasil. Vamos à notícia. Depois eu volto.

“Menor bebê do Brasil recebe alta de clínica no Rio

Da Folha Online

Arthur, o menor bebê do Brasil, recebeu alta na manhã desta quinta-feira, no Rio. Agora com 2,1 quilos e 40 centímetros, Arthur deixou a clínica Laranjeiras após quatro meses de internação –ele nasceu no dia 8 de agosto com 385 gramas e 23 centímetros.
Dias depois do nascimento, o menino chegou a pesar 282 gramas e ficou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal da clínica. Ele nasceu com 26 semanas –uma gestação normal tem duração entre 37 e 42 semanas.
A unidade –especializada no tratamento de bebês prematuros e com baixo peso– afirma que Arthur está entre os dez menores bebês do mundo que sobreviveram. De todos os bebês do país que já passaram pela clínica, Arthur é considerado o menor.
O menino nasceu com peso e tamanho abaixo do normal porque a mãe teve hipertensão arterial. O problema é freqüente, de acordo com a diretoria da clínica.
Durante os quatro meses de internação, Arthur passou por cerca de 80 procedimentos clínicos. Segundo a diretoria do hospital, ele também sofreu uma cirurgia nos olhos.
De acordo com a informações da clínica, a previsão era de que o bebê deixasse a UTI em janeiro, quando atingisse dois quilos. No entanto, Arthur conseguiu atingiu o peso antes e, por isso, deixou o hospital.
Antes de sair da clínica, o menino foi submetido a uma ressonância magnética e um teste visual, que atestaram que ele poderia ir para casa.
Os pais do menino não quiseram se identificar. Segundo a clínica, Arthur é o primeiro filho do casal.
O menor bebê que já passou pela clínica Laranjeiras tem 11 anos atualmente. Carlão, como é chamado pelos médicos, nasceu com 340 gramas, mas nunca atingiu 282 gramas como aconteceu com Arthur.”

Eu, pai de rebentos com quase cinco quilos, fico a imaginar a mãe a ninar o pequenino Arthur, que, em sua pior fase, chegou a pesar 282 gramas, menos que um terço de um quilo.
É por isso que, como sobrevivente, Arthur será um grande homem. Deus sabe o que faz. Arthur supera tudo e a todos, pois é, antes de tudo, um forte. Arthur é o típico brasileiro.
Aí eu faço um paralelo: quantas pessoas que chegam a mais de dois metros, pesam mais de cem quilos, e que não somam nada dentro do planeta terra? Quantos gigantes, bem-nascidos, bem-alimentados e bem-crescidos, não existem por aí e que acabam se jogando no mundo das drogas, do crime e da perdição total?
Arthur, não. Eu estou convicto de que Deus tem uma missão especial para o pequeno Arthur.
Deus fez Arthur pequeno ao nascer, mas o fará um gigante em sua vida. Arthur não perde por esperar. E só irá lhe acontecer coisas boas. Não tenho a mínima dúvida disso.
Se um dia eu me encontrar com Arthur, irei lhe dizer algo assim:
– Bom-dia, grande Arthur! É um imenso prazer conversar com alguém tão grande.
Melhor: acho que terei que chamá-lo de Dr. Arthur. Arthur nasceu pequenino.
Mas nasceu para ser grande. Não tão grande como Deus. Mas grande. Muito grande.

CORINO ALVARENGA

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