Na segunda-feira (17), Pabilo dos Santos Trindade, de 35 anos,se tornou réu pelo feminicídio da esposa Laís de Jesus Cruz, de 29 anos. O crime aconteceu no início do mês em Sonora, município distante 361 quilômetros de Campo Grande.
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia por homicídio triplamente qualificado, pela violência doméstica – configurando feminicídio -, além de motivo fútil e meio cruel. Também foi oferecida denúncia por fraude processual e ocultação de cadáver.
A denúncia foi recebida na segunda-feira, tornando Pabilo réu. Ele permanece preso preventivamente pelos crimes e o juiz ainda autorizou a quebra de sigilo dos dados cadastrais e telefônicos do aparelho apreendido com o acusado.
Feminicídio e ocultação de cadáver
No dia 5 de agosto, Pabilo foi preso em flagrante pela morte de Laís, após familiares desconfiarem do desaparecimento dela. O corpo da vítima foi encontrado enterrado em uma fossa, nos fundos da casa e o autor confessou que enterrou a vítima, mas negou ter cometido o feminicídio.
Após a morte, Pabilo chegou a ficar algum tempo com o corpo da vítima na residência, pagou para uma terceira pessoa cavar a fossa na residência e só depois enterrou Laís. Após o crime, ele ainda limpou a casa com água sanitária, para tentar esconder as manchas de sangue que ficaram no local.
Denúncias
Em 7 de janeiro deste ano, Laís, procurou a polícia em Sonora, cidade distante 361 quilômetros de Campo Grande, para denunciar o então ex-marido. Naquele dia, ele descumpriu medida protetiva, ameaçou de morte e agrediu a vítima, supostamente por não aceitar o fim do relacionamento.
Segundo o registro feito na delegacia, Laís contou que conviveu com Pabilo por aproximadamente 3 anos, e teve um filho com ele, hoje com 2 anos de idade. Na época ela revelou que o relacionamento era conturbado e violento e que já tinha sido agredida fisicamente pelo ex-marido.
Em novembro de 2020, ela já tinha registrado boletim de ocorrência, por lesão corporal qualificada pela violência doméstica, ocasião em que solicitou medida protetiva de urgência. Mesmo assim, naquele dia 6 de janeiro Pabilo descumpriu a medida, foi até a casa de Laís e disse que queria conversar, para reatar o relacionamento.
A vítima se negou, momento em que Pabilo passou a fazer ameaças e disse que “faria da vida dela um inferno, até que desistisse de viver”. Durante a discussão, ele agrediu a ex-mulher com tapas no rosto, pegou o celular da vítima e jogou contra a parede, o danificando. Após as agressões, ele ainda continuou na residência e dormiu na casa.
Além de dormir na casa da vítima, ele obrigou Laís a dormir em um cobertor, no chão. Na manhã seguinte, saiu às 5 horas para trabalhar, retornou às 9 horas e jogou todas as roupas da vítima para fora da casa. Segundo Laís, ele já estava se relacionando com outra pessoa, mas mesmo assim não aceitava o fim do casamento.
Após Pabilo sair novamente, Laís chamou a Polícia Militar, que foi até a academia onde prenderia o suspeito em flagrante pelo descumprimento da medida protetiva. Ao notar a viatura, ele saiu por uma porta lateral e fugiu.