Dia Mundial do Veganismo: conheça a ideologia de vida que busca excluir a exploração animal

Aqui em Campo Grande, já há diversos adeptos da prática alimentar, que começaram como vegetarianos e foram além

Somos acostumados desde pequenos a comer carnes de animais e ensinados de que uma alimentação saudável depende da ingestão desse alimento. Mas uma corrente de pensamento bate de frente contra essa tradição e contesta, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e de crueldade contra animais, seja para a alimentação, para o vestuário ou para qualquer outra finalidade: o Veganismo.

Pessoas que adotam o veganismo em suas vidas, ao contrário do que muitos pensam, comem muito bem e de forma variada. Existem centenas de alimentos naturalmente veganos como arroz, feijão, legumes, hortaliças, castanhas, frutas e muitos outros. Há também pratos tradicionais que não têm nada de origem animal em suas receitas originais. É o caso de muitas receitas árabes, brasileiras, italianas, mediterrâneas e orientais.

A jornalista, e vegana experiente, Ellen Prudente conta que a prática além de tudo é uma linha de pensamento. A partir da inspiração e mudança de estio de vida, a jornalista reúne pratos veganos oferecidos por lugares de Campo Grande e do Brasil todo no Instagram @vegantour_. Em entrevista, ela nos contou um pouco mais sobre o veganismo e suas variações.

Vegano x Vegetariano

O veganismo é uma filosofia de vida, não envolve só a alimentação, como o vegetarianismo. Existem categorias dentro do vegetarianismo: o ovolactovegetariano (pessoa que não come carne animal mas ainda ingere os derivados, como leite e queijo), pescetarianismo (só come peixe), vegetarianos estritos (que não comem nada de origem animal, direta ou indiretamente) e tem o vegano, que além de vegetariano estrito, também repudia qualquer ação relacionada aos maus tratos aos animais em todos aspectos da vida.

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“O vegano acha que estamos na Terra junto com os animais, e não que o animal está aqui para nos servir. Estamos na Terra para viver em harmonia, e para vivermos uma vida feliz e saudável, eles não precisam ser mortos, mal-tratados e estuprados como acontece na indústria da carne, do leite e dos cosméticos”, pontua Ellen Prudente.

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A representante comercial Camilla Souza Amorim Dias sempre foi amante dos animais desde criança, e a mais ou menos 2 anos, ela e o noivo resolveram ter um filho de quatro patas. Esse laço é tão forte que começou a refletir: “como gosto tanto de um pet e os outros eu como?”. O cãozinho foi a minha maior inspiração para pesquisar e ver muitos documentários sobre o vegetarianismo e veganismo. Hoje, o desejo é se tornar vegana para ficar livre de crueldade animal.

“Sou ovolactovegetariana a 1 ano e 4 meses, pois consumo derivados ainda, mas troquei todos os produtos que fazem testes em animais. Toda essa mudança muito nova, nada aconteceu do dia pra noite. Comecei a ir em uma nutricionista pra fazer a alimentação correta, e ai durante um mês fiquei comendo dia sim e dia não carnes, quando eu vi aquilo não fazia mais falta no meu prato, porque vontade de não comer mais animais era maior do que tudo. Muitos me perguntam sobre minha adaptação e eu sempre respondo ‘não tem segredo’… Como de tudo, menos carne e sou muito feliz com essa escolha”, ressalta Camilla.

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Como começar?

Há muitas vertentes para um ponta-pé inicial no vegetarianismo, e depois chegar ao veganismo. O primeiro passo é ter uma motivação, como principal, a causa animal. Cortar a carne vermelha e os embutidos da sua alimentação, depois o frango, peixe e derivados do leite e ovos.

“Realmente se importar com os animais, ler livros, assistir documentários, ter um conhecimento sobre o assunto para quando as pessoas perguntarem sobre sua escolha e você saber explicar. Além de que depois que você sabe o que uma vaca, por exemplo, passa para chegar no seu prato, para você ter o leite, o queijo, você não vai mais querer consumir. E existem várias opções de produtos veganos. Procure receitas e saiba o que está fazendo”, afirma a vegana Ellen Prudente.

A atenção nutricional é imprescindível para a mudança de uma dieta carnívora para uma vegetariana. Cuide de cozinhar com variedade, aumentando a diversidade das verduras e legumes e, se for possível, mudando o cardápio em cada refeição. Procure um nutricionista antes de substituir alimentos.

A estudante Cristiane Hirahara decidiu aderir ao veganismo em 2015 quando procurava uma dieta mais saudável e que conseguisse continuar no dia a dia de forma natural, diferente das dietas que duram pouco tempo. “Me chamou atenção a alimentação de comida integral não-processada, que seria a forma mais saudável, já que existem formas de ser vegetariano e não ser saudável. Percebo também que as pessoas são vegetarianas mais pela causa animal do que pela própria saúde”, afirmou Cristiane.

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Comida, ok. Mas e o resto?

Ler lista de ingredientes é um hábito que se torna automático, mas o veganismo vai além do prato. Você quer saber exatamente de onde veio e quem fez o que você está comprando. Seja na hora de comprar um molho pronto no supermercado, escolher uma roupa na loja ou até pesquisar um roteiro turístico. E isso só tem vantagens pra todo mundo. O que é ser “chato” pra muitos é ser analítico e cuidadoso para outros.

“É um ato político você ser vegetariano e vegano. Por exemplo, não comprar um amaciante que faz testes em animais. É uma filosofia gigantesca e é relacionado à empatia. Se você pensar realmente, o leite é ma secreção de um animal. Aqui em Campo Grande, por mais que seja a terra da carne, há já vários lugares que oferecem opções veganas e as pessoas estão se conscientizando”, finaliza Ellen Prudente. Midiamax

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