O cantor Roberto Leal morreu na manhã deste domingo (15) aos 67 anos. A informação foi confirmada pelo antigo secretário de Estado das Comunidades e da Administração Local ao Observador. O cantor lutava contra um câncer de pele.
Roberto Leal, nome artístico de António Joaquim Fernandes, tinha 67 anos. O cantor luso-brasileiro, que ficou conhecido por temas como “Arrebita”, “Bater o Pé” e “Carimbó Português”, morreu este domingo no Brasil.
A notícia foi avançada por José Cesário, antigo secretário de Estado das Comunidades e da Administração Local, no Facebook.
Na publicação, José Cesário refere que o artista morreu esta madrugada e sublinhou que o país “ficou mais pobre” com o seu desaparecimento.
O artista português, conhecido pelos êxitos “Arrebita” e “Uma Casa Portuguesa”, lutava contra um cancro da pele há cerca de dois anos e que havia perdido parte da visão devido a “duas cataratas”
A doença foi confirmada pelo próprio em janeiro de 2018, numa entrevista a um canal brasileiro. Por essa altura, convidado do programa “Agora Nós”, da RTP, Roberto Leal recebeu uma mensagem de apoio do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.
“Queria neste momento saudar com um grande abraço de amizade, acompanhando um período um pouco mais difícil na vida. Sobretudo saudar o papel ao longo de tantos anos na projeção da língua portuguesa, na projeção daquilo que é a música portuguesa e na ligação às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, em particular à ligação às comunidades brasileiras”, disse Marcelo.
Segundo o site brasileiro AreaVip, o cantor deu entrada no hospital esta quarta-feira, 11 de setembro, após ter sofrido uma queda.
Roberto Leal era considerado um dos embaixadores da música e da cultura portuguesa no Brasil, onde vivia atualmente.
“Brasuca lusitano, portuga tropical”
No Brasil sou português
E em Portugal sou brasileiro
Lá eu toco guitarra
E aqui em toco pandeiro
(…)
Brasuca lusitano
Portuga tropical
Estes são versos do tema “Português-brasileiro”, canção bandeira de Roberto Leal.
O cantor nasceu em Vale da Porca, concelho de Macedo de Cavaleiros, a 27 de novembro de 1951. Aos onze anos emigrou para o Brasil, juntamente com os pais e nove irmãos. Foi em São Paulo, após trabalhar como sapateiro e vendedor de doces, que iniciou a carreira de cantor, primeiro de de fados e depois de músicas românticas.
Foi em 1971 e com o tema “Arrebita”, conhecido pelo seu refrão “Ai cachopa, se tu queres ser bonita, arrebita, arrebita, arrebita”, que ganhou popularidade.
Quase todo o seu repertório, que vai buscar influência aos ritmos lusitanos e brasileiros, é composto de canções de sua autoria em parceria com a esposa Márcia Lúcia.
A sua discografia conta com quase meia centena de títulos, o último “Arrebenta a Festa”, foi editado em 2016.
Fora dos palcos, em 1978, participou no filme brasileiro “Milagre – O Poder da Fé” e, em 2011, na série portuguesa “Último a Sair”. Em 2018 candidatou-se a deputado estadual em São Paulo pelo Partido Trabalhista Brasileiro, não tido sido eleito.
Em 2011 publicou a sua autobiografia “Minhas Montanhas”, obra lançada no Brasil e em Portugal. Sapo