Algumas terapias como Yoga, Musicoterapia, Homeopatia e Acupuntura já são bem conhecidas e difundidas entre a população. Hoje, já são 29 práticas reconhecidas pelo Ministério da Saúde como opção para tratamento e prevenção de diversas doenças. Ainda nesse ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul deve concluir o projeto de implantação da Política Nacional dessas práticas, chamadas de Práticas Integrativas Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS), as PICS. Esse será o primeiro passo para nortear os tratamentos no Estado.
Após a implementação da Política Nacional, a SES vai desenvolver o Plano Estadual de PICS em Saúde no SUS, que será iniciado em 2020. O documento (Plano) é responsável por orientar os tratamentos que utilizam esses recursos terapêuticos, conforme explicou a gerente das PICS da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Patrícia Mecatti Domingos.
“Com o Plano vamos sensibilizar as gestões a fim de incentivar as ações de prevenção de agravos e a manutenção da saúde, mostrando a importância de ter profissionais qualificados para atender os usuários de forma integral (corpo, mente, emocional e espiritual), priorizando o indivíduo na sua totalidade e não na doença”, explicou Patrícia.
Conforme a gerente Patrícia, alguns profissionais, já capacitados, atuam com as PICS. “Com o Plano, vamos sensibilizar as gestões a fim de receber investimento e, assim, proporcionar capacitação aos profissionais da área, entre outras conquistas”, disse. O Plano, que será elaborado por um grupo técnico de áreas afins, precisa ser aprovado pelo Conselho Estadual para então ser publicado no Diário Oficial.
Em Mato Grosso do Sul já estão disponíveis aos pacientes, atendidos na atenção básica, as seguintes práticas: medicina tradicional chinesa, plantas medicinais/fitoterapia, shantala, terapia comunitária, dança circular, yoga, auto-massagem, auriculoterapia, arterapia, meditação, acupuntura, musicoterapia e reiki. Pelo menos 16 dos 79 municípios do Estado já registraram junto a SES a atuação com as PICS- Antonio João, Aquidauana, Alcinópolis, Amamabai, Brasilândia, Bodoquena, Campo Grande, Cassilândia, Corumbá, Deodápolis, Coxim, Dourados, Gloria de Dourados, Itaporã, Iguatemi, Ponta Porã.
Segundo Patricia, outros municípios desenvolvem as PICS, mas não responderam ao questionário feito pela SES que solicitava informações de atuação, por isso não entram na listagem acima.
PICS
Em março de 2018, o Ministério da Saúde incluiu 10 novas Práticas Integrativas e Complementares (PICS) no SUS – apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais, termalismo social /cremoterapia. Os tratamentos utilizam recursos terapêuticos, baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças, como depressão e hipertensão.
Com a inclusão, já são 29 práticas disponíveis aos pacientes do SUS. Já eram reconhecidas as seguintes práticas: fitoterapia, acupuntura/auriculoterapia, homeopatia, medicina antroposófica, termalismo/crenoterapia, arteterapia, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reiki, terapia comunitária, dança circular/biodança, yoga, aryuveda, refelxoterapia, shantala.
O Brasil é o país que oferece o maior número de práticas integrativas disponíveis na atenção básica. Conforme o Ministério da Saúde, as terapias estão presentes em 9.350 estabelecimentos e em 3.173 municípios, sendo que 88% são oferecidas na Atenção Básica.
Em 2017, foram registrados 1,4 milhão de atendimentos individuais em práticas integrativas e complementares, sendo a maioria de acupuntura, com 707 mil atendimentos. Depois, vieram medicina tradicional chinesa, com 151 mil sessões de tai chi chan e lian gong; auriculoteriapia, com 142 mil procedimentos; e ioga, com 35 mil sessões. Ainda de acordo com o Ministério, somando as atividades coletivas, a estimativa é que cerca de 5 milhões de pessoas por ano participem dessas práticas no SUS.
Evidências científicas comprovam os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares. Também é crescente número de profissionais capacitados e habilitados quem utilizam os métodos. Diante disso, acontece ainda o crescimento da valorização dos conhecimentos tradicionais de onde se originam grande parte dessas práticas. No ano passado foram capacitados mais de 30 mil profissionais em todo país.A Critica