Cassilândia: Monitor da violência: em 1 ano, 7 das 8 mortes violentas analisadas em MS não foram solucionadas

Mais da metade dos inquéritos policiais segue em andamento um ano após ocorrência dos crimes (Foto: Alexandre Mauro/G1)

Mais da metade dos inquéritos policiais segue em andamento um ano após ocorrência dos crimes (Foto: Alexandre Mauro/G1)

O Monitor da Violência, projeto desenvolvido pelo G1 em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) que acompanha mortes violentas entre 21 e 27 de agosto de 2017, completou um ano. O projeto completou um ano. Neste período, foram analisadas 9 mortes em MS, 1 considerada morte natural, 8 apuradas e dessas, 7 permanecem sem solução.

Monitor da violência: Veja os números em todo o país

Um ano depois, como estão os casos em MS

Caso 1:
A primeira morte, do idoso José Aparecido dos Santos, de 66 anos encontrado em uma fazenda na cidade de Inocência (MS), foi arquivada como morte natural. Neste caso, ela não figura mais entre as mortes violentas analisadas no período.

Casos 2 e 3:
Em 22 de agosto de 2017, o casal Lazaro Vital da Silva, 51 anos, e Elza Tiago da Silva, 47 anos, foram encontrados mortos em uma residência em Cassilândia (MS). Ela com um ferimento na cabeça e ele com uma corda no pescoço.

Em agosto de 2018, a polícia de Cassilândia informou que o inquérito permanece em andamento. Se ficar constatado que o autor foi o marido, que suicidou-se em seguida, não haverá ação penal.

Caso 4:
Também em 22 de agosto de 2017, Adailton Cesar Nery, de 45 anos, foi morto a tiros em Dourados (MS). A vítima estava de moto e foi atingido por vários tiros de pistola, disparados por um homem que estava a pé.

Em agosto de 2018, segundo a polícia, o inquérito está em trâmite. Foram feitas diligências e pessoas foram ouvidas, inclusive por carta precatória. O crime não foi elucidado.

Casos 5 e 6:
Em 23 de agosto de 2017, o pecuarista Lourival Carbonaro Salles, de 57 anos, teria matado a esposa, Mercedes Vargas, de 32 anos, e depois atirado em si mesmo. O crime aconteceu na residência do casal em Caracol (MS).

Em agosto de 2018, a polícia informou que o inquérito foi concluído no dia 28 de fevereiro de 2018, e encaminhado ao poder judiciário. Não houve indício da participação de terceiros. Como o autor do crime cometeu suicídio, o caso foi arquivado.

Caso 7:
Uma adolescente de 15 anos foi encontrada com um tiro na cabeça em Dourados (MS) em 27 de agosto de 2017. Segundo a polícia, o principal suspeito seria o companheiro da jovem. O caso foi registrado como morte a esclarecer.

Em agosto de 2018, o delegado Lupérsio Degerone, de Dourados, informou que a investigação confirmou o namorado da vítima como suspeito, e que o homem fugiu do flagrante, mas não é considerado foragido porque a prisão preventiva dele não foi decretada.

De acordo com o delegado, foram feitas várias diligências em busca do suspeito, que não foi encontrado. Informou ainda que a polícia procura pelo homem para ouví-lo, porque após depoimento de testemunhas, existe a suspeita de que a jovem tenha atirado em si mesma.

Caso 8:
Também em 27 de agosto, um detento de 29 anos foi encontrado morto dentro de uma cela do presídio semiaberto de Dourados (MS). Segundo a polícia, o corpo de Sandro Silva Gomes estava no banheiro, amarrado pelos pés e mãos e com tecidos no pescoço.

Em agosto de 2018 a polícia informou que o inquérito está em andamento. Segundo a polícia de Dourados, os depoimentos não são idôneos, por ser tratarem de detentos, e faltam duas oitivas importantes de testemunhas que são reeducandos do regime aberto. Nenhum autor foi identificado.

Caso 9:

Em 26 de agosto de 2017, Tereziano Rodrigues da Silva, de 45 anos, foi encontrado morto em Miranda, a 195 quilômetros de Campo Grande. Conforme a polícia, um menor teria esfaqueado o homem no pescoço, com o apoio de dois outros jovens.

Em agosto de 2018 a polícia informou que 3 pessoas foram responsabilizadas pelo crime: o menor que era suspeito menor que está apreendido na casa de guarda em Corumbá, e 2 adultos que foram indiciados pelo homicídio, e estão no presídio. Um teve condenação de 9 anos e o outro de 12 anos, e o julgamento foi por júri popular.

A apuração do Monitor da Violência

Há um ano, uma megamobilização foi feita para que fossem contadas as histórias de todas as vítimas de crimes violentos ocorridos durante uma semana no Brasil. No período de 21 a 27 de agosto, o esforço de reportagem chegou a um número impressionante de mortes: 1.195.

Durante o último ano, mais de 230 jornalistas do G1 espalhados pelo país continuaram a investigar o andamento de todos esses casos.

O resultado, divulgado agora, mostra que mais da metade dos inquéritos policiais continua em andamento. Apenas 2% do total de casos têm hoje algum condenado pelo crime, e menos da metade dos crimes tem um autor identificado. G1

Compartilhe:
Posted in Noticias and tagged , .

Deixe um comentário