Família de vítima do “Tio Zé” muda de cidade com medo de ameaças

Mesmo depois de denunciar o abuso contra o filho e ver o suspeito ser preso, a mãe de um das vítimas de José Evangelista dos Santos, conhecido como Tio Zé, se viu obrigada a deixar Campo Grande para “viver em segurança”. A mudança veio após o irmão do suspeito, que seria policial militar, ameaçá-la de morte.

A mulher, que pediu para ter a identidade preservada, é mãe de um menino de 12 anos e foi a primeira a denunciar o caso a polícia. Ao Campo Grande News ela contou que o irmão de José Evangelista foi ao residencial em que eles moravam e onde os crimes aconteceram, no Jardim Los Angeles, e a ameaçou de morte para os vizinho.

 

O crime seria vingança a prisão do homem, que trabalha como zelador. O irmão de José ainda seria policial militar. “Ele foi na casa do Zé e começou a gritar que ia me matar. Fiquei sabendo e como fico sozinha com meus filhos fiquei com medo e me mudei. Está muito difícil as coisas para mim. Larguei tudo, até minha casa, estou pagando aluguel”.

Além de conviver com o medo, a mulher ainda conta que enfrenta a tristeza do filho. “Ele está com depressão. Ainda não consegui psicólogo para ele”, lamenta. Tio Zé, como era conhecido pelas vítimas, foi indiciado pelo estupro do menino e é investigado pelo mesmo crime contra outra criança da mesma idade.

Segundo o delegado Fábio Sampaio, responsável pela investigação dos crimes, os laudos de corpo de delito do menino confirmaram os abusos, com isso o primeiro inquérito já foi concluído e enviado ao MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul). O segundo caso denunciado deve ser concluído na próxima semana.

Prisão – Tio Zé foi preso por equipes da Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente) no 7 de novembro. Ele foi localizado Jardim Imá, na casa de um irmão. No mesmo dia mandados de busca e apreensão foi cumprido na casa dele, no Jardim Los Angeles.

Os policiais da especializada apreenderam no local, aparelhos de DVD e VHS, supostamente usados para exibir filmes pornográficos para as crianças, um pendrive e ainda materiais escolares que comprovaram a frequência das crianças na casa do suspeito.

Conforme Sampaio, em um dos cadernos encontramos um bilhete escrito pela criança confirmando que havia passado a noite lá. Todo o material apreendido foi enviado à perícia. Segundo a polícia, o autor usava um vídeogame Xbox e também oferecia a senha do Wi-Fi para atrair as vítimas para sua casa, mas os aparelhos não foram encontrados no local.

No bairro, José era conhecido pelo hábito de ‘andar’ com os meninos e ter a casa sempre cheia de crianças. Logo após a prisão, no dia 9 de novembro, Zé foi condenado a 10 anos e nove meses de prisão em regime fechado pelo estupro da enteada. O crime aconteceu em 2011 e foi investigado pela Depca. A defesa do zelador, feita pelo advogado Rodrigo Presa, recorreu da sentença.  Campo Grande News

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