Proteção ao crédito: quem está fora não entra, quem está dentro não sai

Inadimplência na Capital caiu no mês passado, mas recuperação de crédito também teve queda

A leve queda nos índices de inadimplência de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul, somada à dificuldade em se obter números positivos de recuperação de crédito, mostram que o consumidor do Estado está em compasso de espera para voltar a comprar e contrair novas dívidas, e os que já estão endividados estão enfrentando dificuldades para honrar seus compromissos. É o que indica o levantamento da Boa Vista SCPC, empresa que administra o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

Quando comparado com o mês anterior, junho teve queda 0,2% nos índices de inadimplência em Campo Grande. No comparativo com o ano anterior, o número de dívidas em atraso é 6,4% menor. No acumulado do ano, o índice é de -4,9%.

Os números estaduais são muito similares aos da Capital: queda de 0,4% na inadimplência no comparativo entre junho e maio deste ano, e de 6,5% quando o índice é comparado com junho de 2018. O acumulado do ano é de -5,5%.

Conforme Vítor França, economista da Boa Vista SCPC, a queda na inadimplência é motivada por dois fatores: o primeiro é um cenário de economia aquecida, aumento do crédito, melhor renda, com mais pessoas conseguindo pagar suas obrigações. O segundo fator são os altos índices de desemprego, crescimento lento da economia e baixo consumo. “Os dados apresentados se enquadram neste segundo fator, infelizmente”, afirma França.

O indicador de inadimplência da Boa Vista SCPC diz respeito ao volume de consumidores que entraram no cadastro do serviço de proteção ao crédito. “A economia está em compasso de espera, e as pessoas, visivelmente, estão evitando contrair novas dívidas”, argumenta.

Recuperação de crédito

Os índices de recuperação de crédito em Campo Grande e em todo o Estado mostram a outra face do levantamento da SCPC. Embora, no acumulado do ano, 2% dos consumidores tenham conseguido deixar o “clube” dos inadimplentes, no comparativo entre os meses junho e maio, o índice foi de -2%. Quando os dados de junho de 2019 são comparados com os de maio de 2015, a queda na recuperação de crédito atinge 13,5%.

Quando o levantamento abrange todo o Estado, os números são diferentes. Ao comparar junho e maio deste ano, houve leve aumento, de 0,5%, no índice de recuperação de crédito. No ano, porém, o porcentual é negativo: 7,8%. Quando junho de 2019 é comparado com o mesmo mês de 2018, a queda é de 10,2%.

“O que estamos fazendo agora é monitorar os próximos passos da economia. Observamos, por exemplo, que houve um aumento na concessão de crédito, e vamos ver como estas pessoas que contraíram empréstimos vão se comportar”, demonstra França. “O que mais preocupa é que a renda do brasileiro não tem crescido, e quando os empréstimos crescem mais que a renda, certamente teremos um aumento do endividamento”, finaliza. Correio do Estado

Compartilhe:
Posted in Noticias and tagged .

Deixe um comentário