Golpe do queijo’ volta fazer vítimas

Consumidores descobrem em casa que produto é adulterado

Consumidores voltam a relatar que o ‘golpe do queijo’ segue ocorrendo em Campo Grande, mesmo após denúncias que tornaram a prática conhecida na cidade. Sensibilizados por uma história de pobreza e pelo preço atraente do queijo artesanal, pessoas adquirem peças do produto, mas somente em casa descobrem que levaram “gato por lebre”.

A história é sempre a mesma: um senhor de aparência humilde, que para seu veículo no estacionamento de supermercados da Capital e aborda pessoas na tentativa de vender seus produtos, normalmente queijos e doces, que saem a um preço tentador. Duas peças de queijo artesanal e mais uma goiabada são vendidas a R$ 20, de acordo com os relatos.

“Ele conta que é fornecedor, que trabalha em Terenos, mas que o comprador da cidade encomendou e desistiu do produto. Daí ele diz que não tem dinheiro nem para voltar para a chácara e que se a gente comprar, vai ajudar ele. Ele dá uma prova do queijo e a gente compra a peça inteira achando que é bom”, conta o vendedor Ailton Silveira, de 41 anos.

Mas, não é. Somente em casa que Ailton percebeu ter sido vítima de um golpe e descobriu que o produto pode até ter um pouco de queijo, mas era “batizado” com amido de milho e polenta. “Não tem a menor condição de comer, é borrachudo, acho até que pode fazer mal”, completa.

 

O golpe já foi tema de reportagem do Jornal Midiamax publicada em março deste ano. Porém, após a publicação da matéria nas redes sociais, relatos afirmaram que o golpe ocorre na cidade pelo menos desde 2010 e, mesmo assim, segue acontecendo.

“Acho que o problema é que as pessoas não denunciam. Eu mesmo não denunciei, porque quando percebi que era queijo falso já estava em casa. Acho que quem encontrar um homem com a mesma descrição tem que ligar imediatamente para a polícia”, completa Ailton.

Onde denunciar

Basicamente, o autor do “golpe do queijo” comete crime ao vender o produto batizado – ele infringe o artigo 272 do Código Penal brasileiro, que considera crime, com pena de multa e reclusão de 4 a 8 anos, o ato de “corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo”.

“A denúncia pode ser feita no Procon-MS (Superintendência de Defesa e Orientação ao Consumidor) porque ali há uma relação clara de consumo. Mas, também é muito importante fazer a denúncia tanto da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) como na Vigilância Sanitária do município. A denúncia fomenta a fiscalização, que vai inibir a prática”, considera Marcelo Salomão, titular do Procon-MS.

As denúncias podem ser feitas por telefone. É importante dar a localização exata, caracterização dos suspeitos e demais detalhes que possam facilitar a ação da fiscalização ou dos policiais. Midiamax

Compartilhe:
Posted in Noticias and tagged .

Deixe um comentário