Ataque de morcegos hematófagos e casos de raiva bovina chamam atenção de autoridades goianas na divisa. Chapadão do Sul e Cassilândia seguem sem registros

Morcego transmite doença a animais

Os casos de suspeita de raiva bovina em cidades goianas próximas da divisa com o MS podem ser mais numerosos que as notícias oficiais. Segundo a Agrodefesa  (Agência Goiana de Defesa Agropecuária)  as notificações suspeitas são num herbívoro / um equino / um bovino na região de Itarumã e Itajá, no extremo Sudoeste Goiano.

Já pessoas que tiveram contatos com produtores rurais de Itarumã, Aporé e Itaja alertaram sobre inúmeros registros que estariam sendo feitas pelos técnicos da Agrodefesa daquele estado. Fontes da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) de MS negaram a existência de focos em Cassilândia e Chapadão do Sul.

Furnas e morcegos – Já cidades como Chapadão do Sul não possuem furnas como característica marcante em sua geografia. Elas servem de abrigo natural e pontos de procriação do morcego hematófago. Do lado goiano da divisa estão sendo tomadas várias medidas para debelar o problema e evitar a ocorrência de novos casos. Proprietários rurais estão sendo notificados e recebem prazo de vacinação no rebanho. A primeira medida foi o encaminhamento dos trabalhadores que tiveram contato com os animais da propriedade onde foi constatado o foco para vacinação contra a raiva.

Vacinação é única segurança – O trabalho de vacinação dos animais existentes nas regiões de foco e perifoco (até um raio de 12 km) já foi iniciado. Além disso, os técnicos estão empenhados na ampla divulgação sobre o assunto na região. Outra medida é o levantamento da localização de possíveis abrigos de morcegos hematófagos para realização, em seguida, dos trabalhos de captura e controle populacional, já que eles são os principais transmissores da raiva dos herbívoros. A vacinação dos animais ainda é a melhor forma de prevenção

Quais os sintomas da raiva?

O período de incubação da raiva, ou seja, o tempo médio entre a infecção e o surgimento de sintomas, pode variar de duas semanas a três meses. No início, a doença se apresenta por meio de:

Mal-estar geral.

Pequeno aumento de temperatura ou febre.

Perda de peso anormal.

Dor de cabeça.

Náuseas.

Se você foi mordido por um animal mamífero e sentiu qualquer um desses sintomas, procure ajude médica imediatamente.

Após esse quadro inespecífico da doença, a pessoa infectada pode apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:

Irritabilidade.

Agitação progressiva.

Delírios.

Espasmos musculares involuntários.

Convulsões.

Paralisia muscular.

Por conta desses sintomas neurológicos, a doença recebeu o nome de raiva. Outro sintoma característico da doença é a hidrofobia (aversão a água). “Quando a pessoa infectada vê ou tenta ingerir líquido, ela apresenta espasmos, hipersalivação, diarreia e vômitos”, descreve o Dr. Chaves Netto.

Como me prevenir da raiva?

Diante da mordida de qualquer animal mamífero que você não tenha a certeza de estar imunizado contra a raiva, lave imediatamente a ferida com água corrente e sabão. Após a limpeza, observe o animal por dez dias e, diante de comportamentos estranhos, como não reconhecer o dono e parar de comer, procure o quanto antes um serviço especializado.

Geralmente, o procedimento será a aplicação de uma vacina e/ou soro antirrábico, conforme a avaliação do ferimento pelo médico. “Trata-se de um tratamento profilático, cujo objetivo é neutralizar imediatamente o vírus da raiva no organismo”

Se você lida constantemente com animais, é visitante de cavernas ou viaja para locais com morcegos e outros bichos que podem transmitir a raiva, vacine-se. O Centro de Imunizações do Hospital Sírio-Libanês oferece a vacina contra a raiva para crianças e adultos.

A cura da raiva após a doença ser instalada é rara. No Brasil, o primeiro caso tratado com sucesso foi em 2008 no Recife, dando origem ao “Protocolo de Recife”, atual modelo de tratamento no País. Trata-se do uso de medicamentos antivirais e sedação profunda, além de medidas em terapia intensiva de monitorização clínica de alta complexidade.  Agência Brasil / Agrodefesa

Compartilhe: