‘Apanhava quase todo dia’, diz mulher que matou o marido com facada no peito

Eu apanhava quase todo dia. Eu sofro desde que o meu filho do meio nasceu em 2002”. O desabafo é da auxiliar de limpeza Vanuza de Souza Bastos que, durante uma briga no domingo (5), matou o marido com quem viveu durante 23 anos, em São Carlos (SP). Com um histórico de boletins de ocorrência por agressões a ameaças, a Polícia Civil entendeu que ela agiu em legítima defesa e ela vai responder pelo homicídio em liberdade.
Vícios e agressões
Ainda abalada com o ocorrido e à base de calmantes, ela aceitou conversar com o G1 sobre a relação conturbada que tinha com o marido, o pedreiro Renato dos Santos de Oliveira. Segundo Vanuza, ele era viciado em crack e álcool.
“Eu era pai e mãe dele, fui eu que criei ele. Eu tinha 16 anos e ele tinha 15 quando fomos morar juntos, mas quando meu filho do meio nasceu ele começou a mudar de comportamento”, lembrou emocionada. Eles tiveram três filhos, que hoje têm 18, 14 e 6 anos.
As agressões e brigas passaram a ser diárias. “Quantas vezes a polícia não foi na minha casa? Era briga todo dia dentro de casa. Parecia que uma hora ia acabar em morte”.
Apesar disso, ela disse que tentou diversas vezes ajudar o marido.

“Eu levei ele no CAPS AD [Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas], levava na igreja, mas quando ele estava bêbado ou drogado ele nunca me escutava. Ele era trabalhador, mas só para comprar as coisas dele, droga e bebida”, disse

Discussão terminou em morte

A briga aconteceu após uma discussão por conta de compras de alimentos para a casa. o pedreiro Renato dos Santos de Oliveira saiu para ir ao supermercado e voltou apenas com pinga. Quando lavava louças, ela o questionou, recebeu um murro e pediu para ele parar, caso contrário chamaria a polícia. Ele ficou mais violento e partiu para cima da mulher, que pegou a faca e o acertou no peito. Ele foi socorrido, mas não resistiu e morreu na Santa Casa horas depois. G1

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