Valdomiro Alves Gonçalves
Valdomiro Alves Gonçalves nasceu em Paranaíba (MS), então no estado de Mato Grosso, no dia 10 de novembro de 1935, filho de João Vieira Gonçalves e de Dolorita Alves Garcia.
Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (SP), em 1965.
Em novembro de 1966 candidatou-se à Assembléia Legislativa de Mato Grosso na legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação ao regime militar instalado no país em abril de 1964, obtendo a primeira suplência. No ano seguinte tornou-se membro do diretório regional desse partido em seu estado e assumiu o mandato, exercendo as funções de segundo-secretário e em seguida de vice-presidente da Assembléia. No pleito de novembro de 1970 elegeu-se deputado estadual e na legislatura que se iniciou em fevereiro de 1971 foi vice-presidente, primeiro-secretário e presidente da Assembléia Legislativa mato-grossense.
Em 1973 fez em Cuiabá o curso promovido pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, e no pleito de novembro do ano seguinte elegeu-se deputado federal por Mato Grosso na legenda da Arena. Deixou a Assembléia Legislativa em janeiro de 1975, tomando assento na Câmara Federal em fevereiro seguinte. Durante essa legislatura foi membro da Comissão de Serviço Público e suplente da Comissão de Relações Exteriores. Deixou a Câmara em janeiro de 1979, quando terminou o seu mandato. Em outubro de 1977 foi sancionado o decreto que dividiu em dois o estado do Mato Grosso. Surgiria assim, a partir de janeiro de 1979, o estado de Mato Grosso do Sul, tendo Campo Grande como capital e um governador nomeado. O antigo estado de Mato Grosso permaneceria com Cuiabá como sua capital.
Com o fim do bipartidarismo em novembro desse ano e a consequente reformulação partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), candidatando-se a uma vaga no Senado pelo estado de Mato Grosso do Sul no pleito de novembro de 1982, não conseguindo, entretanto, se eleger. Ainda no mesmo ano, retornou ao exercício no ministério público, atuando como promotor e sendo promovido a procurador de Justiça.
No início de 1983, um projeto de emenda constitucional restabelecendo eleições diretas para a presidência da República, de autoria do deputado Dante de Oliveira, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) de Mato Grosso, proporcionou o desencadeamento de uma campanha nacional nesse sentido, que ficou conhecida como Diretas Já. Esse projeto acabou não conseguindo o número de votos necessários na Câmara dos Deputados no dia 25 de abril de 1984, para ser apreciado pelo Senado Federal.
Com a negativa à emenda Dante de Oliveira, o próximo presidente da República seria mesmo eleito por via indireta, através do Colégio Eleitoral. O processo de escolha do candidato oficial provocou uma cisão no PDS e o grupo dissidente formou a Frente Liberal. Para definir essa questão, o partido realizou em agosto seguinte sua convenção, tendo como principais postulantes o deputado Paulo Maluf e o então ministro do Interior Mário Andreazza. Valdomiro Gonçalves votou em Mário Andreazza, que foi derrotado por Paulo Maluf.
A vitória do candidato oposicionista Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, apoiado pelos dissidentes do PDS, rachou definitivamente o partido e em 1985 foi criado o Partido da Frente Liberal (PFL). Com esse acontecimento, Valdomiro Gonçalves deixou o PDS e, sem seguir a tendência dissidente, em 1986 filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
No ano de 1989, aposentou-se da Procuradoria de Justiça e, em outubro do ano seguinte concorreu a uma vaga na Assembléia Legislativa sul-matogrossense na legenda petebista. Eleito, assumiu o mandato em fevereiro de 1991, tornando-se líder do governo durante toda a legislatura.
Nas eleições de outubro de 1994 foi reeleito, iniciando seu novo mandato em fevereiro de 1995. No ano seguinte, deixou o PTB e filiou-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
No pleito de outubro de 1998 concorreu a uma das vagas do Mato Grosso do Sul na Câmara dos Deputados na legenda do PSDB, não obtendo sucesso. Em janeiro de 1999, deixou a Assembléia Legislativa ao final da legislatura, dedicando-se à atividade agropecuária.
Em agosto de 2009, recebeu pessoalmente a Medalha do Mérito Legislativo comemorativa dos 110 anos da cidade de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, concedida pelos vereadores locais em sessão solene realizada na Câmara Municipal.
Casou-se com Malda Ferreira Gonçalves, com quem teve cinco filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1975-1979); Estado de S. Paulo (10/8/82); INF. BIOG.; NÉRI, S. 16; TRIB. REG. ELEIT. MT. Relação (1998); TRIB. SUP. ELEIT. Resultados (1998); NewTimeMS.com (28/8/2009).