CASOS MAIS RECENTES
As denúncias de abuso sexual nas Emeis não são casos isolados. Na terça-feira (7), um homem de 58 anos, conhecido pelas vítimas como “Belo”, foi preso por abuso sexual infantil, em um centro recreativo localizado no Jardim Panamá.
O homem morava próximo à unidade, onde três crianças e um adolescente eram cuidados. Duas crianças de cinco anos e outra de seis anos confirmaram o abuso.
A mãe da primeira vítima relevou que a violência sexual começou no dia 25 de março. A segunda criança, com cinco anos, é filho da dona da unidade recreativa, que também tem um segundo filho, com 12 anos.
Ao setor psicossocial da DEPCA, o mais novo confirmou que “Belo” o violentava passando as mãos em suas partes íntimas. No local também funcionava um salão de beleza unissex, frequentado pelo acusado.
EM INVESTIGAÇÃO
Ontem, uma aluna com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de nove anos, revelou à mãe ter sido abusada sexualmente em uma escola na Vila Sílvia Regina, em Campo Grande. O crime foi descoberto pela progenitora, que desconfiou do comportamento agressivo da filha.
A menina apresentava sinais de irritabilidade e nervosismo. Ao chegar em casa, a criança relatou sentir dores nas partes íntimas. Nesse momento, a mãe notou uma vermelhidão no local e acionou a Polícia Militar.
À polícia, a mãe contou que a menina estava há cinco meses na escola e que, segundo a filha, a agressão teria sido cometida por um homem, que passou o dedo nas genitais e a agrediu na unidade de ensino. O caso segue em investigação na DEPCA.
DUAS VÍTIMAS POR DIA
Os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) são alarmantes: a cada 24 horas, duas crianças são estupradas em Mato Grosso do Sul. De janeiro a maio deste ano, 298 casos de abuso sexual a menores de 12 anos foram registrados.
Com a média de uma criança violentada sexualmente a cada dois dias, Campo Grande registrou 98 casos apenas nos primeiros cinco meses deste ano. Em todo o ano passado, 257 estupros ocorreram na Capital, o equivalente a 30,7% dos 835 casos computados em todo o Estado em 2021.
Durante o primeiro ano de pandemia de Covid-19, os dados são ainda mais substanciais, com 978 estupros registrados em Mato Grosso do Sul, sendo 295 em Campo Grande.
Conforme o balanço do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em âmbito nacional, a cada 10 minutos uma menina ou uma mulher foi estuprada no Brasil em 2021, considerando apenas os casos que chegaram às autoridades policiais.
SINAIS DE VIOLÊNCIA
Em entrevista ao Correio do Estado no início deste mês, a psicóloga Izabelli Coleone explica que os pais precisam ficar atentos a qualquer sinal de mudança no comportamento dos filhos. Atitudes retraídas, dificuldade na comunicação ou isolamento podem ser alguns dos sinais de abuso sexual.
“Quando uma criança entra em sofrimento, independentemente da razão, vemos mudanças no comportamento. Às vezes, ela pode ficar mais retraída, recusar o toque, ou ter receio de ficar sozinha, se o abusador, por exemplo, faz parte do convívio familiar”, ressaltou a psicóloga.
INOCENTADA
Após 28 dias de investigação, a professora de uma escola particular em bairro nobre de Campo Grande não foi indiciada por crimes de estupro de vulnerável ou maus-tratos, após denúncias feitas pelas famílias dos alunos.
Em coletiva na DEPCA, a delegada do caso, Fernanda Felix Mendes, salientou que, durante a investigação, foram analisados 15 dias de filmagem da escola. Também foi identificado que quem levava as crianças ao banheiro eram as funcionárias auxiliares.
Após a análise, segundo a delegada, não foram identificados nenhum ato anormal da professora investigada e nem das auxiliares. “O que nós temos comprovado é uma rispidez no trato de uma criança em 2021”, afirmou Félix.
Na ocasião, a professora sentou a criança na cadeira e puxou seu cabelo. Além das filmagens, foi feita análise nos aparelhos eletrônicos da professora e de seu marido. Nada foi encontrado. (Colaborou Alison Silva)
SAIBA
Para denunciar qualquer tipo de abuso ou violência sexual contra crianças ou adolescentes, as vítimas podem recorrer ao Disque 100, serviço gratuito e disponível 24 horas; ao canal 180, para o enfrentamento à violência contra a mulher; ou ao 190, da Polícia Militar.