
Dona de casa e os três filhos: “quero saber o que aconteceu” (Foto/Arquivo familiar)
A dona de casa Jaqueline dos Santos, de 34 anos, relembra com carinho as datas comemorativas que passou com os três filhos, dois adolescentes de 17 e 15 anos e um garoto de dez.
Há pouco mais de seis anos, a perda do marido, segundo ela, desencadeou provações que culminaram na morte do segundo filho. Ele foi morto a tiros, dentro de hospital em Chapadão do Sul, a 331 quilômetros de Campo Grande.
A morte aconteceu menos de 24 horas depois de o adolescente ter matado um homem em Aporé (GO) durante o roubo de carro. O jovem foi levado para lá depois de entrar em confronto com policiais, durante tentativa de fuga. Ele ocupava o quarto 9 da ala B da unidade hospitalar.
Por causa do crime que cometeu, o adolescente era escoltado por policiais militares. Porém, não havia PM no local quando foi morto pelo atirador, que o atingiu pela janela. Ele morreu, mas ninguém informou com quantos tiros.
“Eu entendo que, por mais errado que tenha sido o que ele fez, por ele ser de menor eu tinha que ter sido liberada para ver ele; mas como ele estava com escolta, alguém precisa me explicar o que aconteceu. Porque ele morreu dentro de uma instituição pública, mas ninguém me deixou chegar perto dele lá dentro”, lamentou Jaqueline.
Enquanto ficou internado, ele viu a mãe uma única vez para poder tomar banho. Mas o acesso integral, como previsto no artigo 12 do Estatuto da Criança e do Adolescente, não foi liberado pelas autoridades policiais. A dona de casa buscou ajuda na Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul em Chapadão, que a muniu de um documento que a autorizava a permanecer com o filho no hospital. Mesmo assim, ela não conseguiu.
“Eu fiquei sabendo da morte do meu filho por conhecidos de Três Lagoas. Assim que me avisaram, eu liguei no hospital. Quem me atendeu disse que não sabia de nada no momento e já era 7h30 da noite. Meu filho já tinha morrido. Fui ao hospital entender o que estava acontecendo e um amigo do meu filho chegou aqui, desesperado, falando o que tinha acontecido. Ninguém do hospital, nem da polícia me ligou pra avisar sobre a morte do meu filho”, contou Jaqueline. (…) Campo Grande News



















































