Boletim divulgado nesta quinta-feira (04) pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que Mato Grosso do Sul chegou a 88% na taxa de ocupação de leitos UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). Assim, o Estado entrou em alerta crítico para sobrecarga no sistema de saúde.
Conforme o levantamento, MS ainda está com a menor taxa do centro-oeste. Logo, Goiás apresenta 95% de ocupação de UTIs, Distrito Federal com 91% e Mato Grosso tem 89%.
Além disso, o boletim mostra a situação nas capitais, sendo que Campo Grande figura entre as seis maiores taxas entre capitais: 93%. Capitais com situação pior são: Porto Velho (100%), Florianópolis (98%), Goiânia e Curitiba (95%) e Teresina (94%).
O documento alerta que estes indicadores são preocupantes, mas são apenas a “ponta do iceberg”. “Por trás deles estão dificuldades de resposta de outros níveis do sistema de saúde à pandemia, mortes de pacientes por falta de acesso a cuidados de alta complexidade requeridos, a redução de atendimentos hospitalares por outras demandas, possível perda de qualidade na assistência e uma carga imensa sobre os profissionais de saúde”, informa a publicação.
À beira do colapso
Conforme os dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), no dia 1º de março, havia 258 pacientes graves internados dos 298 leitos existentes em MS. O número subiu para 270 dois dias depois. Assim, restam 28 vagas disponíveis.
O pior cenário é verificado na macrorregião de Dourados, onde a taxa de ocupação é de 93%. Em Campo Grande, o índice alcançou 93%, conforme a SES. Em Três Lagoas, a ocupação está em 80% e 66% em Corumbá.
O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, disse ao Jornal Midiamax que a situação dos leitos em UTIs é crítica. “Não temos médicos e fisioterapeutas no mercado. Há também o abandono de médicos em escala de plantões, um cenário de deserção. Esse é o quadro hoje e não temos como expandir [o número de leitos]”, declarou.
Outro fator de preocupação da SES é a circulação da variante do coronavírus, que já tem um caso confirmado no Estado, em Corumbá. Isso porque a nova cepa tem maior poder de transmissão, o que justifica o aumento no número dos casos neste período.