Desde que o preço do combustível voltou a subir nos postos em Campo Grande, alguns donos decidiram cancelar o abastecimento de viaturas oficiais de Segurança Pública. Na segunda-feira (22), apenas um posto estaria realizando o abastecimento e o estoque de diesel chegou a acabar.
De acordo com a gerente do posto, que fica na região da Chácara Cachoeira, a decisão de atender ou não o abastecimento de viaturas do Governo depende do proprietário de cada posto. “Cada posto trabalha à sua maneira. Aqui não bloqueamos ninguém”, disse. Segundo ela, na segunda-feira eles receberam várias ligações, questionando se ainda estavam abastecendo normalmente as viaturas.
Estranhando as ligações, ela entrou em contato com o proprietário do posto, que mandou seguir normalmente com o abastecimento. “Alguns postos devem ter vetado por alguma política. Os postos devem estar cortando o convênio porque não tem margem de lucro”, afirmou.
O Governo do Estado tem convênio com a rede Taurus, mas no fim de semana o Midiamax recebeu informações extraoficiais de postos que já não estavam mais atendendo as viaturas, por ordem dos proprietários. “O Estado não é igual o combustível, que aumenta três vezes na semana. O Estado é burocrático, não consegue acompanhar, nem o consumidor consegue”, relatou a gerente.
Ainda segundo ela, o estoque de diesel que era mantido na normalidade acabou fugindo disso e na segunda-feira o combustível acabou, já que era um dos únicos postos que ainda estava realizando esse tipo de atendimento.
O que diz o Estado
Conforme a Sejusp, o contrato é feito com a distribuidora Taurus, mas depende do dono de cada posto para atender ou não. Apesar disso, o contrato está normal. “Alguns dos postos distribuidores alegam que o preço hoje pago pela distribuidora não tem dado lucro, dá prejuízo”, afirmou o secretário Antônio Carlos Videira.
Ainda segundo o secretário, a SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização) tem feito atualização dos valores. “Fazíamos mensalmente, depois quinzenalmente e agora duas vezes por semana”, afirmou o secretário. “A alta do combustível nas distribuidoras tem feito com que muitos donos não queiram fornecer”, finalizou.
Imposto nas alturas
Levantamento divulgado nesta terça-feira (23) pelo Jornal Midiamax revela que a política tributária do Governo do Estado com relação aos combustíveis não teve o retorno defendido pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Desde o ano passado, a alíquota do ICMS sobre a gasolina subiu de 25% para 30% enquanto do etanol caiu de 25% para 20%. A justificativa era que a nova política incentivasse o sul-mato-grossense a consumir mais etanol e isso movimentasse ainda mais a cadeia produtora de etanol do Estado.
Contudo, em cinco ano do governo Reinaldo o consumo do etanol caiu 33%. A cada 100 litros de combustível vendido nos postos em 2020, só 17 foram de etanol. Midiamax