Um jornalista de 36 anos é suspeito de matar com sete facadas a própria irmã, a advogada Izadora dos Santos Mourão, de 41, na manhã de sábado (13), no Piauí. A prisão do investigado aconteceu na última segunda-feira (15), em Pedro II, interior do estado.
Segundo a Polícia Civil, João Paulo Mourão desferiu os sete golpes de faca no pescoço da vítima, que morreu em um dos quartos da casa onde morava com o suspeito e com a mãe.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Piauí chegou a emitir nota informando que a morte da advogada estaria relacionada ao exercício profissional da vítima, o que a princípio, é descartado pela DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), responsável pela investigação.
Segundo divulgou o Uol, o inquérito ainda não chegou a uma motivação, mas indícios apontam que João Paulo e Izadora teriam protagonizado recentes desavenças. Em depoimento, o suspeito preferiu permanecer em silêncio.
“Ainda não temos uma motivação concreta. O que sabemos é que a vítima e o irmão tinham uma relação conturbada e viviam discutindo recentemente dentro de casa”, afirma o delegado Francisco Baretta, da DHPP.
Versões do crime
Na primeira versão apresentada pela família à Polícia Militar, os parentes informaram que Izadora teria sido assassinada por uma sacoleira que entrou na casa. Ao se sentir indisposta, disse a família, a vítima a chamou para atendê-la no quarto, onde foi surpreendida com golpes de faca.
“Prendemos o irmão dela. É o autor material do crime. Não confessou, mas se a polícia se basear apenas na confissão, estaríamos fadados ao fracasso no inquérito. Nós fomos atrás das provas, como a faca utilizada e o álibi utilizado no crime”, comentou Barretta.
A versão apresentada pela família, acredita o delegado, foi criada para despistar os investigadores. “O irmão ainda chegou a ir ao velório e deu entrevistas para alguns veículos de comunicação sobre essa versão de que uma mulher entrou na casa, o que é uma mentira porque, no sábado pela manhã, ninguém entrou ou saiu da casa. A história apresentada por eles não encontrou convergência com a dinâmica do fato”, contou o delegado.
A DHPP também investiga a possível relação da mãe dos irmãos no assassinato. Após ver a filha ferida no quarto, a mulher chamou a empregada doméstica da casa para limpar o sangue da vítima.
A Polícia Civil ainda não sabe se a limpeza foi um ato de desespero ou se a mãe agiu com a intenção de adulterar a cena do crime para acobertar o outro filho. “A faxineira foi chamada pela mãe para ajudar a limpar o sangue no quarto do suspeito. Vamos verificar se a mãe agiu com dolo, se foi coautora. Ao longo dos dez dias que ainda restam para concluir o inquérito iremos saber sobre isso”, explicou o delegado. Midiamax