Fora de controle, a pandemia do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul mantém sinais de estabilidade em alto patamar, ou seja, média elevada de casos e mortes por tempo indeterminado. Levantamento da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em relação à aplicação de testes de detecção da covid-19 mostram que a taxa de casos positivos no Estado gira entre 25% e 50%, quando indicar ideal de que a doença está sendo controlada é de 5%.
Conforme a Fiocruz, no estudo de cobertura da testagem, “UFs como Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul apresentam esta tendência de manutenção da positividade em valores relativamente altos nas últimas semanas, em torno de 25% a 50%”, ressaltando que essa realidade revela incidência alta e descontrolada da doença.
Uma das inferências decorrentes dos dados identificados pelos pesquisadores da Fiocruz no estudo “Cobertura e positividade dos testes para Sars-Cov2” é de que no Brasil, a aplicação dos testes não é feita de forma a planejar os passos que a doença pode seguir, de forma a evitar a debandada de casos e mortes, mas apenas como fonte de diagnóstico.
“Em algumas UFs e sobretudo nos períodos epidêmicos mais graves, observa-se pouca diferença entre os testes positivos e negativos, o que indica a testagem para confirmação diagnóstica em casos mais graves, sem ganho significativo para intervenção”.
Além disso, relembra que estratégias de testagem em massa usadas em países que conseguiram evitar o caos diante da covid-19 – Coreia do Sul, China e Nova Zelândia – é a mais adequada, principalmente em relação aos testes do tipo RT-PCR, que identificam a infecção presente da doença e não a passada, como faz a mairia dos testes aplicados no País: o rápido.
“A disponibilidade dessa informação (resultados do RT-PCR) de forma mais dinâmica possibilitaria o planejamento e manejo de recursos físicos e humanos evitando ou diminuindo o número de casos graves e óbitos, além de possibilitar a interrupção da cadeia de transmissão, se adotada a estratégia de rastreio e isolamento de contatos”.
Para a Fiocruz, “no Brasil, vários aspectos determinaram a falha na testagem e, consequentemente, o aumento de casos graves que levou a um grande número de óbitos, grande parte desses evitáveis. Um deles foi a descentralização da compra e da distribuição de testes”, além da aplicação em grande escala dos testes rápidos.
CAMPO GRANDE NEWS