O pagamento de novembro será depositado no dia 27 de novembro, já a folha salarial referente a dezembro será paga no primeiro dia útil do ano que vem, dia 4 de janeiro.
Os três pagamentos representam um montante de R$ 1,5 bilhão pagos em 37 dias.
“Fizemos o dever de casa. Com ajuste fiscal e cuidado com as contas públicas, não deixamos o Estado sucumbir. Mantemos nossa capacidade de pagamento e planejamos a folha salarial. Isso é importante, porque dá previsibilidade ao servidor. Previsibilidade é tudo na vida financeira. Com ela, você gasta melhor. Agora, o servidor sabe em que dia terá dinheiro em mãos e poderá se planejar”, afirmou Azambuja.
A Prefeitura de Campo Grande tem 27 mil servidores, que mensalmente recebem R$ 130 milhões. Somadas, as três folhas devem injetar mais de R$ 390 milhões na economia da Capital.
Sobre as datas dos salários referentes aos dois últimos meses do ano, a prefeitura foi consultada, mas não houve retorno até o fechamento da reportagem.
Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, a prefeitura da Capital definiu em setembro a data em que funcionários terão acesso à gratificação de Natal.
“Será em parcela única em 20 de dezembro, já temos boa parte do 13° provisionado”, explicou o titular da Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento (Sefin), Pedro Pedrossian Neto.
Além de funcionários públicos, os trabalhadores da inciativa privada recebem a gratificação natalina em uma ou duas parcelas até o dia 20 de dezembro.
São mais de 500 mil pessoas que fazem parte do mercado formal de Mato Grosso do Sul, conforme dados do Ministério da Economia.
Economia
O pagamento das folhas salariais de fim de ano do funcionalismo e o 13º dos trabalhadores assalariados da iniciativa privada movimentam diversos setores da economia, principalmente o comércio.
Segundo a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, todo recurso dinamiza a economia.
“Todo recurso que vem para a economia pode ser encarado de forma positiva, porque ele apresenta a possibilidade de um maior dinamismo. O próprio 13º salário foi criado com o intuito de oferecer aos trabalhadores um Natal e Ano Novo com uma movimentação de recursos maior. Essa é uma característica marcante do Brasil, em muitos outros países o 13º não existe. Sem dúvida nenhuma, qualquer injeção de ânimo nesse sentido é muito positiva, porque ainda temos um cenário muito conturbado. A intenção de consumo melhorou, os empresários estão com expectativas melhores, mas ainda temos a pandemia e uma economia que foi impactada pelos seus efeitos”, destacou Daniela.
A economista ainda ressalta que na iniciativa privada, os recursos devem ser menores. Com a Medida Provisória nº 936, trabalhadores tiveram salários e jornadas reduzidas ou suspensão de contratos.
Mais de 100 mil acordos dessa modalidade foram firmados em Mato Grosso do Sul. Todos os assistidos podem ter o 13º reduzido.
“A gente precisa ter um dinamismo maior [na economia], e o 13º traz essa possibilidade. Ainda que o montante possa ser menor que no ano passado, quando a gente pega a totalidade, esses recursos podem interferir, sim, na economia. Visto que a gente tem essa injeção de ânimo conjugada com essa ideia de apelo emocional, que foi intensificado com o distanciamento social, podemos ter pelos próximos meses uma movimentação financeira mais intensa”, concluiu Daniela.
Projeção
Conforme levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mais de 1 milhão de trabalhadores têm direito ao 13º salário em Mato Grosso do Sul, que deve movimentar R$ 2,6 bilhões na economia do Estado neste ano.
No entanto, o montante pode ser menor se considerada a redução no salário dos trabalhadores assistidos pela Medida Provisória (MP) nº 936.
A projeção também calcula R$ 396,4 milhões pagos aos aposentados e pensionistas do INSS, que já receberam o valor antecipadamente. Correio do Estado