O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, continua muito resistente à ideia de adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio por causa da pandemia do coronavírus. É cada vez maior a pressão na comunidade esportiva mundial pelo adiamento do evento, marcado para começar no dia 24 de julho, mas o dirigente alemão se mostra irredutível.
O COB (Comitê Olímpico do Brasil) defende a ideia de transferir os Jogos para o ano que vem, assim como o comitê da Noruega. O mesmo ocorre com as federações de atletismo e de natação dos Estados Unidos, as federações de futebol e de atletismo da Espanha e a de natação da França. A tendência é que mais entidades abracem essa ideia, mas Bach acredita que adiar a Olimpíada é uma tarefa complexa demais.
“Você não pode adiar os Jogos Olímpicos como se fossem uma partida de futebol no próximo sábado”, argumentou Bach em entrevista ao grupo de comunicação alemão SWR.”Essa é uma empreitada muito complicada, em que você só pode agir com responsabilidade se tiver bases claras e confiáveis para a tomada de decisões. Nós estamos observando o cenário 24 horas por dia.”
O dirigente diz que também resiste à ideia de adiar os Jogos por causa dos atletas. Quando era esgrimista, Bach não pôde disputar a Olimpíada de Moscou, em 1980, porque a Alemanha acompanhou os Estados Unidos no boicote ao evento. Por isso, ele defende que é preciso realizar os Jogos de Tóquio na data marcada para não frustrar os competidores.
“O cancelamento destruiria o sonho olímpico de 11 mil atletas de 206 comitês olímpicos nacionais e da equipe de refugiados do COI Essa seria a solução menos justa”, disse o alemão. O cancelamento dos Jogos, porém, não foi defendido por nenhuma autoridade esportiva, apenas o adiamento.
Thomas Bach crê que é muito cedo para tomar uma decisão sobre a Olimpíada japonesa – afinal de contas, faltam mais de quatro meses para a cerimônia de abertura. E ele não quer estabelecer um prazo para isso, uma vez que a pandemia do coronavírus é um evento de duração e consequências imprevisíveis.
“É uma situação para a qual não há soluções ideais”, falou ele. “É difícil lidar com essa insegurança e ainda mais difícil com essas complicadas condições de treinamento”, acrescentou o dirigente, que tem pedido aos comitês nacionais para que instruam seus atletas a encontrar um jeito para continuar treinando – uma tarefa normalmente simples, mas que no momento é um desafio muitas vezes impossível de vencer. Midiamax