No dia 15 de setembro deste ano Mayara foi morta por Robinho a golpes de tesoura.
O crime aconteceu na casa em que a jovem morava com o irmão, no Bairro Universitário, no dia em que o autor deixou a prisão.
Dono de uma longa ficha criminal, Robinho estava foragido quando conheceu Mayara e em 2016 acabou preso novamente ao ser parado em uma blitz.
Na época, o suspeito somava duas condenações, pouco mais de três anos por tentativa de homicídio a ex-mulher e também três meses de reclusão pelo crime de lesão corporal contra a mesma companheira.
Antes de ser preso, no entanto, o suspeito presenteou Mayara com um Iphone. A delegada explicou que o celular era cadastrado no e-mail de Robinho e assim ele conseguia monitorar todos os lugares que a jovem frequentava. Pelo cartão de crédito, o autor sabia cada compra feita pela vítima e até o aplicativo do Uber usado por ela estava com o cadastro de Roberson.
“Ele monitorava os passos dela através do celular, do aplicativo da uber e do cartão de crédito. Em janeiro deste ano ela descobriu e conseguiu trocar o cadastro do celular, foi nesta época que ela mudou para a casa do irmão”, afirmou Ariene. Robinho só descobriu a mudança depois que Mayra fez compras em estabelecimento próximo a casa do irmão.
Em todo o depoimento, ele manteve a versão de legítima defesa, já relatada em entrevista ao Campo Grande News. Segundo a delegada, o preso afirmou que foi Mayara quem tentou matá-lo com a tesoura, ele conseguiu de defender e bateu a cabeça no nariz dela.
Após desarmar a jovem, Robinho alegou que “apenas passou a tesoura no pescoço dela”.
Segundo a perícia, Mayara foi atingida por três golpes, todos no pescoço, todos fatais. Um na traqueia e outros dois na artéria carótida. Não havia sinais de luta no local, nem sujidade, ou qualquer outra substância de baixo da unha da vítima que indique que ela reagiu.
Roberson ainda ‘argumentou’ à polícia que Mayara era garota de programa, desde quando se conheceram.
Alegou que “tirou ela dessa vida” e a levou para morar em um apartamento nos altos da Avenida Afonso Pena. Mas depois de preso ouviu a namorada confessar que havia voltado a se prostituir.
Durante todo o tempo que esteve na Máxima de Campo Grande, Robinho manteve a namorada. Ele mantinha um alto padrão de vida e alegou à polícia que o dinheiro era a poupança que havia feito durante o ano em que morou no Japão.
“O dinheiro, segundo ele. durou cerca de dois anos e acabou no meio deste ano”, contou Ariene. Ainda segundo a delegada, o relacionamento dos dois era violento, marcado por brigas e vários términos.
Robinho ficou foragido por 51 dias e se apresentou na Deam na tarde desta segunda-feira (6).
Preso preventivamente, ele é indiciado por feminicídio com outras três qualificadores, motivo torpe, que dificultou a defesa da vítima e meio cruel. Agora o suspeito aguarda a uma vaga em um dos presídios de Campo Grande para ser transferido. Campo Grande News