O Grupo Petrópolis, que atua no segmento de bebidas e tem unidade em Mato Grosso do Sul, é apontado pela operação Lava Jato como banco de propina da Odebrecht. Nesta quarta-feira (dia 31), a PF (Polícia Federal) cumpriu mandado de busca em Cassilândia, a 418 km de Campo Grande. A cidade tem uma distribuidora do Grupo Petrópolis. A ação foi na operação Rock City, que corresponde a 62ª fase da Lava Jato.
Durante entrevista coletiva, realizada na manhã de hoje na Superintendência da PF em Curitiba (PR), o procurador definiu o Grupo Petrópolis como banco de propina da Odebrecht.
Conforme o delegado Thiago Giavarotti, que coordenou a operação, o Petrópolis é suspeito de disponibilizar dinheiro em espécie no Brasil para que a Odebrecht fizesse pagamento de propina e doação eleitoral não contabilizada. A força-tarefa não citou nome de políticos beneficiados pela propina travestida de doação eleitoral. Em tese, a Odebrecht não queria ser identificada como a doadora.
Controlador do Grupo Petrópolis, Walter Faria, teve prisão preventiva decretada pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, mas não foi encontrado em casa nem nas empresas. Das cinco ordens de prisão temporária, três foram cumpridas durante a manhã. A operação teve 33 mandados de busca e apreensão em cinco Estados: MS, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso.
O Campo Grande News entrou em contato com a distribuidora Crystal em Cassilândia, uma das marcas de cerveja do grupo. A direção informou que a PF não esteve no local durante a manhã. Por meio da assessoria de imprensa, o Grupo Petrópolis informou que os executivos já prestaram, anteriormente, todos os esclarecimentos. “Informa também que sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos.”
Além das doações de campanhas, a Lava Jato aponta que contas bancárias no exterior, controladas por Faria, foram utilizadas para o pagamento de propina no caso dos navios-sonda Petrobras.
Repatriação de R$ 1,3 bilhão – Walter Faria aderiu a programa de repatriação de valores e informou ter mais de R$ 1,3 bilhão depositado em contas de empresas offshore no exterior. De acordo com a força-tarefa, o montante é extremamente significativo diante do total repatriado. O valor corresponde a 1% do programa de repatriação de ativos, que teve 25 mil participantes. Campo Grande News