O governo do departamento de Amambay, no Paraguai, estima que 15 mil estudantes estão matriculados em oito faculdades de Medicina de Pedro Juan Caballero, vizinha à Ponta Porã. A cidade se tornou oásis para brasileiros que sonham com a profissão.
Em Pedro Juan, o valor para cursar Medicina chega a custar R$ 790 por mês. A taxa é dez vezes menor que a média praticada pelas faculdades privadas do Brasil, de R$ 8 mil, segundo Mapa do Ensino Superior 2019, elaborado pelo Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior). Em Mato Grosso do Sul, esse valor supera R$ 10 mil.
Conforme o governo de Amambay, a grande maioria dos 15 mil matriculados são brasileiros. Alguns deles vêm de longe, como Thaís dos Santos, 23 anos, que deixou Felixlândia (MG) no ano passado para cursar Medicina na Upap (Universidad Politécnica y Artística del Paraguay).
“Pra mim sempre foi um sonho. A grade curricular é bem parecida com a do Brasil, principalmente a da minha faculdade. Os professores são excelentes, todos bem profissionais, exigência total”, descreve.
A mensalidade na Upap custa 1,2 milhão de guaranis, aproximadamente R$ 790. Para reserva de vaga é necessário pagar R$ 320, enquanto a matrícula sai por R$ 630. Não há vestibular para ingressar na universidade, mas os estudantes passam por curso de nivelamento durante o primeiro ano.
“Não me arrependo de estar aqui. A faculdade não deixa a desejar em nada em relação com as brasileiras. As mensalidades são mais em conta”, continua Thaís.
A UCP (Universidad Central del Paraguay) tem duas sedes em Pedro Juan Caballero. A mensalidade do curso de Medicina começa em R$ 1 mil.
A Universidad del Pacífico também tem duas sedes na fronteira e se prepara para inaugurar mais uma, de 13 mil metros quadrados, com capacidade para comportar pelo menos 500 estudantes. A mensalidade custa R$ 1,9 mil na cotação atual, com matrícula por R$ 2,5 mil. A instituição também exige curso preparatório como forma de ingresso.
Já a Universidad Columbia, com 76 anos de fundação, inaugura em 2019 seu curso de Medicina em Pedro Juan Caballero. A instituição cobra R$ 1,4 mil de mensalidade e oferece conteúdo voltado para o Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras).
Revalida – Criado em 2011, o Revalida serve para reconhecer os diplomas de médicos que se formaram no exterior e querem atuar no Brasil. A prova é feita tanto por estrangeiros formados fora do País, quanto por brasileiros graduados em outro país e querem voltar.
De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), 8.024 pessoas se inscreveram na edição passada do Revalida. Somente 963 foram aprovados na primeira etapa.
O MEC (Ministério da Educação) divulgou este mês que o exame passará a ser aplicado em, pelo menos, duas edições por ano.
No Estado – Mato Grosso do Sul tem três instituições públicas de ensino com curso de Medicina. UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).
O último vestibular de verão da UFMS registrou concorrência de 203 candidatos por vaga no campus de Campo Grande, e de 46 por vaga no campus de Três Lagoas.
Já na UEMS de Campo Grande, com ingresso via Sisu (Sistema de Seleção Unificada), teve 1.891 inscrições na última edição. A nota de corte do curso de Medicina foi de 808,06.
A Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), do grupo Anhanguera, também oferece graduação em Medicina. Segundo catálogo institucional da instituição, a mensalidade inicial do curso estava fixada em R$ 10,1 mil no ano passado.
Campo Grande News