Petrobras espera obter até US$20 bi com venda de 8 refinarias, diz fonte

A Petrobras espera obter até US$ 20 bilhões com a venda de oito ativos de refino em um processo que deve durar um ano e meio para ser concluído, disse uma fonte da empresa à Reuters. Na noite de sexta-feira, a Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou novas diretrizes para a gestão do portfólio de ativos da companhia, considerando a venda de oito refinarias, mas sem estimar um valor.

O ajuste no plano de gestão também inclui a venda de rede de postos da Petrobras no Uruguai, além de participação adicional na BR Distribuidora.

– São ativos consolidados, de padrão, e que valem por baixo US$ 15 bilhões. Achamos que valem até US$ 20 bilhões – afirmou a fonte, ao comentar sobre as refinarias, situadas em Pernambuco, Paraná (duas unidades), Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amazonas e Ceará.

Além de serem ativos importantes para o plano de desinvestimento da empresa, algo fundamental para a companhia reduzir seu elevado endividamento, a venda das refinarias é chave para a Petrobras deixar de ser monopolista no setor.

Com mais operadores de refino, poderia haver maior concorrência no estabelecimento de preços e a Petrobras se livraria de polêmicas relacionadas aos preços dos combustíveis, como a que envolveu recentemente o presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a fonte da companhia, que pediu para não ser identificada, a venda equivale a cerca de 50% do atual parque de refino da companhia.

A ideia da empresa é vender os ativos para diferentes grupos de forma a estimular a competição no mercado interno de refino e, consequentemente, na formação de preço final para os derivados de petróleo.

– A ideia é vender pulverizado atendendo a uma recomendação do Cade (órgão antitruste) para gerar mais competitividade no mercado interno – disse.

Juntas, as refinarias que devem ser negociadas somam capacidade total de 1,1 milhão de barris de petróleo por dia, disse a Petrobras na véspera.

São elas: Abreu e Lima (Rnest), Unidade de Industrialização do Xisto (Six), Refinaria Landulpho Alves (Rlam), Refinaria Gabriel Passos (Regap), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).

Questionada sobre quem estaria interessado, a fonte afirmou que não seriam apenas os chineses os potenciais compradores, mas também distribuidoras, tradings e petroleiras que já são parceiras da Petrobras no pré-sal.

Além de reduzir a dívida, a Petrobras também busca com seu plano de desinvestimento se concentrar no que considera ser o seu principal negócio: a exploração e produção de petróleo e gás.

Em um plano anterior para a área de refino, lançado ano passado, ainda sob outra gestão, a empresa previa a venda de 60% da participação em ativos de refino e logística no Nordeste e Sul do país.

Pelo plano atual, a empresa continuaria com ativos no Sudeste, principal polo consumidor.

O atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, vem defendendo a venda de refinarias inteiras, como parte de um plano de desinvestimentos mais ousado.

A fonte não comentou sobre os valores que podem ser obtidos com a venda de fatia adicional na BR, maior distribuidora de combustíveis do país, na qual a Petrobras detém 71,25%.

Uma outra fonte afirmou à Reuters, na sexta-feira, que o plano da empresa é reduzir participação na BR para até 40%.

A Petrobras informou nesta semana que, considerando as transações de desinvestimentos assinadas e uma operação concluída, o valor total de alienação de ativos em 2019 já é de US$ 11,3 bilhões.

“Conforme a Sistemática para Desinvestimentos, valores só são divulgados após a conclusão da operação”, afirmou a assessoria de imprensa da estatal. G1

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