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Anjos da Paz, estátuas em homenagem às vítimas do massacre de Realengo em 2011 — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Familiares das vítimas do massacre de Realengo – onde 12 jovens foram mortos por um atirador dentro de uma escola da Zona Oeste do Rio – mandaram mensagens para os parentes dos adolescentes assassinados em Suzano na última quarta-feira (13).
As palavras de solidariedade pediam força e fé para as pessoas que sofreram a perda de seus parentes na tragédia recente. Adriana Silveira, mãe de uma das adolescentes mortas no Rio e presidente da ONG Anjos de Realengo, afirmou que gostaria de abraçar as famílias afetadas.
Sônia Moreia Torres, de 61 anos, é avó de Larissa dos Santos Atanásio, que morreu aos 13 anos em 2011. Ela disse que a única forma de seguir em frente é através da fé. Ao G1, ela contou ainda que torce pelas famílias da chacina da última quarta-feira (13).
“Eu pedi a Deus para confortar o coração deles, embora demore muito para a gente cair na realidade. Pedi a Deus para dar força a todas as famílias como deu para gente. Eles têm que se apegar com Deus porque só ele pode dar força para eles caminharem”, disse Sônia Moreira Torres.
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Sonia Moreira Torres, avó de Larissa, morta no massacre de Realengo em 2011 — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Massacre em Suzano fez famílias do RJ reviverem dor de 2011
Mães e avós afirmaram que, ao ficarem sabendo da tragédia onde oito pessoas foram mortas, sentiram novamente a dor de quando perderam seus filhos e netos em abril 2011. Em entrevista ao G1, elas contaram que não conseguiram dormir e ficaram em estado de choque.
Maria José Martins, de 55 anos, disse que a notícia da chacina dentro da escola de Suzano “doeu no coração”. Ela disse que não conseguiu acompanhar todas as notícias e ficou sem dormir pensando nas mães das vítimas.
“Do mesmo jeito que aconteceu com a gente, aconteceu com eles lá. Repetiu a mesma coisa, a mesma dose. Aquilo [a tragédia em Suzano] doeu muito no meu coração. Essa noite eu não dormi pensando nas mães de lá. Meu coração muito apertado. Eu vi um pouco a televisão e depois não consegui mais ver. Parecia que eu não estava em mim, estava em outro mundo. Foi muito doloroso mesmo”, disse a mãe de Larissa Silva Martins, que foi morta em 2011.
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Adriana Silveira, mãe de Luísa Paula Silveira, morta no massacre de Realengo em 2011 — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Nilza Candelária da Cruz, de 69 anos, é avó de Karine Chagas Oliveira, que foi morta no massacre da Zona Oeste do Rio. Ela disse que sofreu junto com os familiares da tragédia de São Paulo e entrou em estado de choque.
“Com a tragédia de ontem, eu fiquei em estado de choque e ainda estou. Porque [a dor] ameniza, mas nunca se esquece”, completou a avó de Karine.
Relembre o massacre de Realengo
Doze jovens foram mortos após Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrar na escola municipal Tasso da Silveira em Realengo, na Zona Oeste do Rio, e atirar contra os alunos. O episódio aconteceu na manhã do dia 7 de abril de 2011.
Outras treze pessoas ficaram feridas no episódio. O atirador se suicidou após ser atingido por um policial. As vítimas tinham idades entre 12 e 14 anos. Wellington Menezes era ex-aluno da escola e não tinha antecedentes criminais.
A polícia disse, na época, que ele portava dois revólveres calibre 38 e equipamento para recarregar rapidamente a arma. Quatro anos depois, as 12 crianças assassinadas em abril de 2011, na Escola Municipal Tasso da Silveira, ganharam um memorial batizado de Anjos da Paz.