“Eu fiquei conhecido por ser aquele morador de rua que devolveu quase três mil cheques.
Meu nome é Gilberto, só que eu sou conhecido aqui como ‘Maivei’, é o diminutivo de ‘mais velho’.
Em 2007, eu tava catando latinha e de repente achei várias folhas de cheque numa caçamba, tudo assinado de pessoa física e jurídica. Tinha de 100 reais até quantia que dava pra comprar um carro, tudo preenchido.
Na hora eu tremi muito e saí andando com aquele bolo de dinheiro até um lugar mais calmo. Eu não sabia o que fazer. Como sou evangélico, fui ver a resposta na Palavra e abri e fechei a Bíblia 7 vezes no mesmo versículo, ‘de que vale o homem ganhar o mundo e perder a alma’. Vi que não era coincidência e fui na delegacia devolver. Hoje to com a consciência limpa e devolveria de novo, mesmo sabendo que eu seria bilionário.
Pelo menos, a imprensa e o governo abriram o olho pro morador de rua. Ainda não tá bom, mas tá melhor. Eles gastam mais purificando o Rio Tietê do que purificando o ser humano. O rio é importante, mas e o morador de rua? Esse outro programa também: eu queria entrar nesse negócio, mas só empregam como varredores. Queria ensinar minhas habilidades. Precisa ver pra quem o braço tá aberto.” SP Invísivel