Eleita em outubro passado, a senadora Soraya Thronicke, do PSL, 15 dias antes da posse, que ocorreu em 1º de fevereiro passado, com uma comitiva de deputados federais e senadores, viajou para a China, país onde foi conhecer avanços tecnológicos que interessariam os projetos de segurança pública brasileiros.
A ida causou polêmica, mesmo com a excursão de dez dias sendo paga pelo governo chinês.
Agora, como aparente meio de escapar de eventual discórdia, a senadora anunciou pelo Facebook, que dia 9, sábado, ela vai para Nova Iorque (EUA). A missão da pesselista novata na política é a de seguir a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) num evento promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), que prepara debate acerca de programas de políticas públicas para as mulheres.
Desta vez, a conta de Soraya, que fica em terras americanas por “quatro ou cinco dias”, informou ela, será paga com dinheiro do Senado, isto é, recurso público, arrecadado do bolso do contribuinte.
No Facebook, a senadora sul-mato-grossense, disse que quem a convidou para a viagem foi a própria ministra Damares.
Ela revelou que antes de eleita, ter participado de um curso em Harvard, universidade dos EUA, uma das mais prestigiadas do planeta, onde, com outras 72 mulheres de 17 países, discutiram justamente o assunto que será abordado no evento da ONU.
“É muito rico esse intercâmbio e o importante disso tudo é trazer coisas boas para o Brasil”, afirmou Soraya.
Logo em seguida ao enunciado na rede social, Soraya contou que por representar o Senado é de lá que vai sair o dinheiro para custear a viagem.
“Não vou fazer compras, vou trabalhar por todas nós brasileiras”, afirmou a senadora, que acrescentou ainda que vai para os EUA em classe econômica e que o gasto com a ida “será o mínimo necessário” e também que a soma das despesas estarão disponíveis no portal da transparência do Senado.
A viagem por avião de Brasília até Nova Iorque, que dura quase 12 horas, até o mês passado custava, no mínimo, R$ 2 mil (ida e volta), conforme pesquisa superficial da reportagem.
“VIAGEM IDIOTA”
Para a China viajaram 12 parlamentares, a maioria do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, no dia 18 de janeiro passado. Eles foram convidados pelo Partido Comunista Chinês.
De MS, foram a senadora Soraya e também o estreante na política, o deputado federal Tio Trutis, outro pesselista.
O protesto contra a ida dos parlamentares para a China foi divulgado por um vídeo gravado pelo filósofo Olavo de Carvalho, influente no governo do Bolsonaro. Tanto que ele emplacou dois ministros na gestão do presidente – o colombiano Ricardo Vélez Rodrígues (Educação) e o chanceler Ernesto Araújo. O manifesto foi replicado por internautas e isso irritou os deputados e a senadora.
Olavo de Carvalho afirmou que os parlamentares brasileiros foram à China conhecer um sistema de reconhecimento facial e se o programa que se hospedaria em aeroportos, por exemplo, fosse trazido para o Brasil, seria o mesmo que entregar ao governo chinês as informações para todo o mundo que mora aqui.
“Vocês estão fazendo uma loucura. Vocês estão entregando o Brasil para a China. Vocês são idiotas?”, afirmou o filósofo. Ou seja, para Carvalho, a viagem não teria valido para nada.Top Mídia News