O MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi contrário ao pedido de soltura da motorista de aplicativo Pâmela Ortiz de Carvalho, 36, presa na segunda-feira passada (25) por ter confessado matar com pancadas na cabeça uma aposentada de 79 anos de idade, em Campo Grande.
A opinião do MP-MS influi, mas quem vai definir se a mulher deixa ou não o presídio feminino é a 1ª Vara do Tribunal do Júri, que ainda examina o recurso.
Na apelação de Pâmela, o advogado Edmar Soares da Silva diz que a ré tem quatro filhos pequenos, um deles com hidrocefalia, daí a razão pelo pedido de prisão domiciliar. Hoje, as crianças estão sob os cuidados dos avós.
O advogado fez outras duas solicitações à Justiça, estas concordadas pelo MP-MS: a transferência de presídio porque Pâmela estaria sofrendo ameaças de outras encarceradas e ainda que fosse decretado sigilo no processo. Os filhos da presa estariam sofrendo bullyng na escola devido à prisão da mãe.
Para a promotora de Justiça Lívia Carla Guadanhim Bariani, que assinou o manifesto contrário a liberdade de Pâmela, o fato de as crianças estarem com os avós afasta a necessidade da apelação.
“… é de se ressaltar que o crime cometido pela requerente é grave e de grande repercussão no meio social e midiático, visto que diz respeito ao homicídio de uma senhora idosa, sendo evidente a necessidade de manutenção de segregação, a fim de evitar que Pâmela não se afaste do distrito da culpa, impedindo a execução da pena imposta em eventual sentença condenatória”, escreveu a promotora.
O CRIME
Pâmela confessou ter matado a aposentada Dirce Santoro Guimarães Lima, no sábado (23) passado e abandonado o corpo, que fora achado dois dias depois.
De acordo com o inquérito que apura os motivos do crime, Pâmela teria gastado R$ 1 mil do cartão de crédito da idosa sem que ela soubesse.
Assim que notou o gasto, a aposentada foi tirar satisfação com Pâmela, que agia desde o ano passado como uma espécie de motorista dela.
Pâmela passou de carro na casa de Dirce, que morava numa vila situada no bairro Santo Antônio e a levou dali. No caminho, disse a ré, as duas se desentenderam. Pâmela tirou a idosa do carro e bateu a cabeça dela no meio fio até a morte, depois abandou o corpo no Indubrasil, bairro afastado da cidade.
A polícia soube do crime somente dois dias depois com o achado do corpo. Pâmela foi até a delegacia como se estivesse preocupada com o sumiço da aposentada. Lá, por ao menos dez horas de depoimento, ela resolveu confessar o crime.
Pâmela tem uma extensa ficha criminal pela prática de crimes de ameaça e estelionato. Num período que estagiou como estudante na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), três anos atrás, ele roubou talões de cheques que corriam em processos aplicou golpes na praça.
Há históricos ainda que envolvem Pâmela em trapaças contra duas aposentadas, moradoras de Campo Grande, que alugaram imóveis para a assassina confessa e não receberam.
Em novembro do ano passado, a Justiça havia decretado a prisão da ré pelo roubo dos cheques, mas ela, embora moradora em Campo Grande, não tinha sido localizada. Top Mídia News