A empresa disse que autoridades investigam porque as sirenes não tocaram e, de acordo com a mineradora, informações iniciais indicam que a falha ocorreu pela velocidade da onda de lama. Segundo os bombeiros de Minas Gerais, ela chegou a 80km/h.
A Vale destaca ainda que a barragem passava por inspeções quinzenais reportadas à Agência Nacional de Mineração (ANM). A última registrada no sistema do governo federal ocorreu em 21 de dezembro de 2018. Este ano, foram realizadas inspeções nos dias 8 e 22 de janeiro.
“Foram realizados ainda um simulado externo de emergência em 16 de junho de 2018, sob coordenação das Defesas Civis e com o apoio da Vale, e um treinamento interno com os empregados em 23 de outubro de 2018”, segue o texto.
A empresa também afirma que a rota de fuga prevista no plano de emergência de barragens de mineração foi executada em Brumadinho. Ele que teria sido passado aos funcionários no treinamento de outubro.
Sobre as imagens que foram veiculadas pela imprensa nesta sexta (1º), que mostram o momento em que a barragem I se rompe, a empresa garantiu que não haviam obras sendo realizadas no local.
De acordo com a Vale, os profissionais da empresa que aparecem nas gravações “estavam realizando tarefas rotineiras”. O comunicado afirma que a presença de funcionários em barragens inativas “faz parte das medidas rotineiras e dos procedimentos básicos de segurança e manutenção dessas estruturas”. Eles seriam encarregados, por exemplo, de realizar a coleta de dados determinada pela ANM.
Sobre a presença de dutos que drenavam água da barragem, a mineradora diz que eles são parte de medida padrão de segurança. A barragem que se rompeu teve drenos adicionais instalados ainda em 2018. “Cabe lembrar que se tratavam de medidas preventivas, dado que os laudos técnicos indicavam a total estabilidade da estrutura”, ressalta a Vale.
Neste sábado, o número de mortos em Brumadinho chegou a 121. Ainda há 226 pessoas desaparecidas.
Segundo o plano de emergência da Vale para a barragem, relevado pela Folha na sexta-feira, seis sirenes estavam fora da rota prevista para uma eventual inundação. O plano também previa que em caso de colapso da estrutura, a onda de rejeitos e lama poderia atingir o refeitório dos funcionários da mineradora e a área administrativa em até um minuto.
O local foi um dos primeiros a serem soterrados na tragédia, onde estavam parte dos mortos e desaparecidos. O documento calculava que um eventual rompimento da barragem destruiria suas instalações e poderia gerar uma onda de rejeitos com alcance de até 65 quilômetros do ponto de ruptura.
Para especialistas, devido à proximidade das instalações com a barragem de rejeitos, os profissionais no local teriam pouca chance de escapar ainda que o alerta sonoro tivesse funcionado. Folha Press