Brincando e falando sério ao mesmo tempo, Evelyn Braga, funcionária da empresa que recolhe o lixo em Campo Grande, começou uma campanha para que o termo ”lixeiro” seja ”jogado no lixo” e no lugar fique a palavra coletor de lixo.
Postagem da jovem no Facebook alcançou mais de 640 compartilhamentos e levantou a questão do respeito ao próximo.
”Gente, parem de chamar os trabalhadores da Solurb de lixeiros. Isso magoa viu… mas falando sério, lixeiros são vocês que produzem o lixo dentro das suas lindas casas, nós somos coletores #brigadadinada”, escreveu Evelyn.
Na foto do post aparecem ela e uma colega de trabalho com um campo de futebol ao fundo. Em seguida, internautas interagiram com Evelyn e elogiaram o trabalho da jovem, estigmatizado por muitos.
Entre os comentários havia palavras como: ”profissão nobre como qualquer outra” e ”o que seria de nossas vidas se não fossem os coletores de nossos lixos?”.
Entre os comentários está a mãe da jovem, que demonstrou orgulho pela filha.
”Parabéns minha filha, te amo. Não tenha nunca vergonha do que você faz, pois seu trabalho é digno”, escreveu a mulher.
E ela respondeu: ”minha postagem foi para chamar a atenção da população sobre coisas que ensinam para seus filhos e que são passados de geração a geração, que o gari, tanto do caminhão e também o que faz as limpezas nas ruas, como varrição carpina são todos lixeiros”, explicou.
Somente um dos participantes se irritou com Evelyn, quando ela falou que lixeiros são as pessoas que produzem lixo em casa.
”Você entendeu o significado da publicação e todos aqui no meu face também… Você deve ser uma dessas pessoas preconceituosas que só se sentem felizes fazendo os outros infelizes. Fica com Deus aí”, desabafou.
No entanto, logo depois vieram mais elogios para quem atua na coleta do lixo.
”Meus parabéns pelo seu emprego, por você ser uma mulher trabalhadeira [sic], honesta, digna do que você faz. Agradeço a Deus por você estar trabalhando, seja orgulhosa do que você é. Você merece ser feliz. Deus te abençoe”.
Evelyn diz que plantou uma semente de amor ao próximo, mas ainda há muito o que fazer.
”Acho que ainda falta muito. Temos muitas barreiras para quebrar ainda. Ando a cidade inteira, diariamente, e somos tratados como um ‘nada’ em muitos lugares”.Top Midia News