Aproximadamente 30 metros. Essa foi a distância que o farmacêutico Akio Oyama, de 47 anos, estava da filha e da esposa quando elas foram atingidas por um raio enquanto colhiam frutas em Registro, região do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo. Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 755 raios caíram na cidade na ocasião.
O acidente ocorreu em uma fazenda no bairro Quilombo enquanto Lucileia Barbosa da Silva, de 40 anos, e a filha Thais Mayme Oyama, de 11 anos, estavam entre diversas árvores. Um trovão antecipou a queda do raio que as atingiu. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas as duas morreram ainda no local.
“Meu irmão estava a 30 metros da mulher e da filha. Elas estavam colhendo lichia quando teve o estrondo e o raio caiu, logo em seguida. Ele virou e olhou para as duas ainda caindo chão. Se ele estivesse junto, certamente também seria atingido. Ele está em estado de choque”, relatou o fazendeiro Roberto Oyama, 44 anos, que mora na propriedade.
Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), pelo menos 755 raios atingiram o solo entre as 16h e 21 de terça-feira (8), quando ocorreu o acidente. “Este número é considerado muito alto para um município em 24 horas”, declarou o órgão após análise dos dados da rede BrasilDATDataset.
Roberto disse que no momento que houve o trovão e a queda do raio ainda havia sol no céu. “Não estava completamente coberto e as nuvens não estavam tão escuras. Ao fundo, a gente via a tempestade se aproximando. Isso foi estranho. Houve um clarão, depois do estrondo, e foi quando tudo aconteceu”, lembra Roberto ao conversar com o irmão.
Segundo o meteorologista Fábio Rocha, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Inpe, a mudança repentina no tempo é comum no verão e na primavera. “O raio está associado à formação de uma nuvem de tempestade. É totalmente típico pelo forte calor e forte radiação e disponibilidade de umidade, mesmo que em regiões isoladas”, explica.
Apesar de a família residir em Curitiba, no Paraná, os corpos de Lucileia e Thais foram sepultados no Cemitério da Saudade, em Registro, cidade onde outros parentes residem. Junto ao farmacêutico, elas passavam as férias na propriedade de Roberto, localizada a aproximadamente oito quilômetros da região central do município.
Queda de raio
Mãe e filha morreram após serem atingidas por um raio no sítio no bairro Quilombo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado por volta das 19h e, em seguida, a Polícia Militar. Constatados os óbitos, uma equipe da perícia científica chegou ao local. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Registro. G1