O engenheiro civil Ludar Brognoni, de 64 anos, falou pela primeira vez após levar dois tiros no ataque a Catedral de Campinas (SP), que deixou seis mortos na quarta-feira (11). Já fora do hospital, ele descreveu os minutos de terror que passou enquanto assistia o atirador Euler Fernando Grandolpho abrir fogo contra fiéis durante uma missa dentro da igreja, antes de se matar. No total, nove pessoas ficaram feridas.
Apesar do pânico que passou, o idoso afirmou que pretende, assim que puder, voltar ao mesmo banco onde estava no momento dos tiros para refazer as orações, agradecer por ter sobrevivido e rezar pelas vítimas que não tiveram a mesma sorte que ele.
“Por ter ficado ileso, eu preciso voltar ao mesmo local, orar muito por mim e também pelas pessoas que morreram nesse ataque brutal. Não deixaria de voltar à igreja, a vida tem que seguir”, disse.
Ludar Brognoni foi atingido no braço direito e na mão esquerda. As duas balas atravessaram os órgãos e facilitaram a recuperação do idoso. Na hora do disparo, ele estava com a carteira na mão. O projétil atravessou o objeto e danificou documentos e cartões. O engenheiro também precisou voltar à igreja minutos depois de sair para buscar uma pasta que esqueceu no momento da fuga. Apesar do desespero, ele conta que não sentiu os tiros.