A polícia ouviu, durante a tarde desta sexta-feira (7), o diretor e um dos professores da Escola Estadual Lino Villachá, na região norte de Campo Grande, onde estudava Gabriele Ximenes, de 10 anos, que morreu 7 dias após se envolver em uma briga com a colega de 9 anos, nas proximidades da escola. Em depoimento, eles disseram que o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) foi acionado 3 vezes este ano, para atender a vítima.
“Eles disseram que o Samu foi uma vez, mais recentemente e, depois, outras duas vezes, em um período de tempo este ano, que ainda está sendo analisado. Após o depoimento do diretor e professor, eu vim à Sesau para recolher os prontuários. Nós também precisamos de uma explicação para a infecção generalizada que ela estava”, afirmou ao G1 a delegada Fernanda Félix, responsável pelo inquérito.
No dia anterior, a criança de 9 anos prestou depoimento, assim como as adolescentes que estiveram presentes na cena do crime.Conforme a delegada, todas foram ouvidas como testemunhas. “…A mais nova confirma que só ela agrediu com a mochila, sendo que as outras chegaram depois é só perguntavam se a vítima não ia se defender”, comentou Félix.
No depoimento, consta que as adolescentes informaram que “não encostaram um dedo sequer” na vítima e também não a conheciam anteriormente. “Elas dizem que nada fizeram, enquanto que a menina de 9 anos falou que as duas começaram a xingar a mãe da outra”, explicou Félix.
Durante esta semana, ainda de acordo com a delegada, a menina foi todos os dias na escola, com exceção de quinta (6). “A família não havia registrado ocorrência e a informação que temos é que ela não tinha nenhuma lesão aparente. Ela passou por unidades de saúde e hoje é que o médico da Santa Casa optou por fazer uma cirurgia”, comentou.
O procedimento foi realizado no lado direito do quadril da menina, em razão do diagnóstico de uma artrite séptica. “Ela sofreu quatro paradas cardíacas e também foi identificada uma infecção generalizada, hoje pela manhã. Eu acompanhei a necrópsia e a criança sofreu tromboembolismo pulmonar”, disse a delegada.
O caso foi registrado como morte a esclarecer, na Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij). A delegada explica que não foi imputado às três envolvidas nenhum ato infracional por conta da idade delas, e que os pais também não responderão penalmente.
O caso
Gabrielly Ximenes, de 10 anos, foi agredida na saída da escola no dia 29 de novembro. A discussão teria começado em sala de aula. A criança chegou a citar o nome desta colega para o pai. Após alguns minutos, segundo a polícia, a menina teria chamado outras 2 garotas, de 14 anos, que também bateram na criança. O fato aconteceu a cerca de 100 metros do portão da escola estadual onde as meninas estudam.
Gabrielly foi levada para a Santa Casa pelo Samu, ficou em observação por 1 dia, e foi liberada. No dia 4 de novembro, ela disse para a família que sentia muitas dores, foi levada para unidades de saúde, dia 5 voltou para o hospital, passou por cirurgia e morreu. G1