Foi uma infância muito boa ali nas imediações da serraria do João Albino, torrefação de café do Seu Celestino e açougue do Seu Martinho.
E tudo isso entre as ruas Domingos de Souza França, Antônio Paulino e José Cristino Sobrinho.
Eram os anos 60 e 70. As ruas eram de terra e a gente brincava na enxurrada em dias de chuva.
Lembro do Sílvio do Seu Celestino, os filhos do João Albino, do João Marinho, do Marcolino, dos Muranaka, os japoneses da Oficina e por aí vai.
A torrefação do Seu Celestino ficava ali na Rua Francisco Barbosa Sandoval, 448, onde hoje funciona o estacionamento do Supermercado Esquerdão.
Até hoje, como se o tempo não tivesse passado mais de 40 anos depois, ainda sinto o vapor e o aroma do bom café ali produzido.
Cheguei, inclusive, a trabalhar de ajudante na oficina dos Muranaka e aprendi a lavar peças na gasolina e a conhecer as chaves e seus números.
E Sílvio, assim apelidado, é o Georande Gomes do saudoso Celestino, um menino danado, mas sem maldade no coração.
Sílvio era um menino magro, esguio, que estava sempre montando em cavalo, correndo de um lado para outro e não dava trégua aos pais.
A gente brincava nas madeiras da serraria do saudoso João Albino, que um dia acabou sendo prefeito.
O fato mais marcante daquela época foi o assassinato da filha do Seu Martinho açougueiro, que levou dezenas de facadas desferidas pelo próprio marido. Ela foi retalhada. Um crime bárbaro.
Apesar de tudo lembrar da infância é bom demais.
Um brinde, Georande Gomes. Viva a infância dos tempos do Caminho Suave, da Dona Andrelina, da Walkiria Romão e da Hermelina Leal.
Bons tempos que não voltam mais.