Estar endividado e com as contas atrasadas aumenta a ansiedade e potencializa vício em comida, álcool ou cigarro. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24) pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Segundo o levantamento, 58% dos inadimplentes passaram a se sentir mais ansiosos depois que ficaram devendo, e 52% relataram maior estresse. Há ainda uma parcela considerável de devedores que passaram a se sentir angustiados (47%), com sentimento de culpa (46%) e desanimados (41%) após as pendências.
A pesquisa mostra ainda 22% das pessoas com contas atrasadas passaram a buscar meios de fugir de preocupações com a situação financeira, descontando a ansiedade em algum vício como cigarro, comida ou álcool, e 15% afirmaram que passaram a gastar mais do que o costume com compras. Mesmo inadimplentes, 26% dos entrevistados admitem não terem feito ajustes no orçamento e 22% não abriram mão de compras que costumavam fazer.
A CNDL estimou que havia em setembro no país 62,4 milhões de consumidores inadimplentes. Isso representa 40,6% da população adulta.
A pesquisa também mostra que os atrasos de pagamento afetaram a auto-estima de 41% dos entrevistados e quase um terço (31%) sente-se envergonhado perante a família e amigos por estarem devendo.
Os inadimplentes também afirmam que o humor foi impactado pela situação financeira. Os principais efeitos relatados incluem ficar facilmente irritado (40%) ou mal-humorado (40%), além de ter menos vontade de sair e de se socializar com outras pessoas (32%).
“Outra constatação é que as pessoas podem reagir de forma oposta entre si em um momento de abalo emocional por causa das dívidas. Assim, enquanto uns sentem insônia (33%) e mais vontade de comer (26%), outros sofrem com perda de apetite (16%) e vontade de dormir fora do normal (24%)”, afirma o estudo.
A pesquisa revela ainda que 19% das pessoas com dívidas atrasadas há mais de 90 dias afirmam ter ficado desatentas e pouco produtivas no trabalho ou nos estudos e que 15% passaram a perder mais facilmente a paciência com colegas de trabalho. No relacionamento com familiares e amigos, 16% afirmam ter ficado mais nervosos, cometendo agressões verbais e 8% disseram já ter partido até mesmo para agressões físicas.
A pesquisa ouviu 609 consumidores com contas em atraso há mais de 90 dias. A amostra é representativa e contempla ambos os gêneros, pessoas acima de 18 anos, de todas as classes sociais e residentes nas 27 capitais do país. A margem de erro é de 3,97 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%. Top Midia News