O candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), chegou para votar às 08h56 acompanhado do filho Flávio. Ele estava escoltado pela Polícia Federal e também contou com apoio da segurança militar.
O candidato saiu caminhando do carro e, depois de passar pela urna, o deputado afirmou que recebeu apoio de importantes setores da sociedade, como empresários, lideranças evangélicas, “além de pessoas de bem, que querem afastar o Brasil do socialismo”. Disse também que pretende ir a debates “se houver segundo turno”, enfatizou. Questionado se vê chance de vencer já nesta etapa, o candidato respondeu: “Acaba hoje”.
O local de votação é um bairro que reúne vários quartéis e outras instalações do Exercito. É a maior concentração militar do país. Na última eleição, Bolsonaro obteve 144 votos na Escola Municipal Rosa de Fonseca. Na época, candidato a deputado federal, ficou com 58% dos votos da seção. Ao todo, 300 pessoa votaram.
Na saída da seção, Bolsonaro foi ovacionado por eleitores que gritavam: “Mito, muda esse país”.
O candidato retornou a sua casa por volta das 9h40 e passou direito pela portaria, escoltado pelos veículos da PF.
Na porta do condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, eleitores com bandeiras do Brasil e camisetas estampadas com o rosto do deputado se aglomeram desde cedo. Agentes da PF, junto com a equipe de segurança do condomínio, colocaram grades de metal para isolar a entrada do local.
Candidato
Filiado ao nanico PSL, duramente criticado pelas posições conservadoras que defende e com uma inexpressiva carreira no Congresso — apesar de longos 27 anos –, Jair Bolsonaro chega às vésperas do primeiro turno como o favorito ao cargo de presidente da República. O motivo disso não reside em seu currículo, mas na principal bandeira que empunha: o antipetismo.
Ao vestir o figurino de antípoda de Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu se manter durante a corrida presidencial como o segundo colocado, até a saída do petista, barrado pela Lei da Ficha Limpa em 1º de setembro por ter sido condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato.
Com a saída de Lula do páreo, Bolsonaro foi alçado à dianteira das pesquisas e, no momento em que virou o alvo principal dos adversários na propaganda eleitoral no rádio e na TV, sofreu uma facada durante um ato em Juiz de Fora (MG) que mudou radicalmente a dinâmica da campanha.
Com pífios oito segundos no programa eleitoral da TV, passou a ter uma cobertura maciça da mídia durante três semanas e foi beneficiado por uma trégua nos ataques pelos rivais. Hoje, supera os 40% dos votos válidos e causa apreensão nos adversários pela possibilidade, embora remota, de vencer a disputa ainda no primeiro turno.
Enquanto se recuperava, os principais percalços pelos quais sua campanha passou vieram de pessoas próximas. O candidato a vice, general da reserva Hamilton Mourão, fez críticas ao décimo-terceiro salário, fez comentários depreciativos sobre índios e negros e defendeu uma nova Constituição feita por “notáveis”, sem a participação do povo.
Seu potencial superministro da Fazenda, Paulo Guedes, não atrapalhou menos ao defender uma proposta de recriar um tributo nos moldes da malfadada CPMF.
Quando ainda estava no hospital, Bolsonaro comandou uma operação para rebater as polêmicas e impôs uma “lei do silêncio” aos seus auxiliares. Nem mesmo os expressivos protestos encabeçados principalmente por mulheres por todo o país, que ganharam o nome de #EleNão, impediram seu crescimento nas pesquisas. Expor declarações do candidato consideradas machistas, racistas e homofóbicas não o encolheram eleitoralmente.
Aos 63 anos, Jair Messias Bolsonaro se apresenta como o candidato anti-establishment num cenário político devastado pela Lava Jato. Como Fernando Collor em 1989, aparece como um outsider, mesmo tendo exercido sete mandatos de deputado e passado por oito partidos. Veja