O adolescente de 14 anos autor do ataque com arma de fogo em uma escola particular de Goiânia foi ouvido na tarde deste sábado (21) pelo promotor de Justiça Cássio Sousa Lima, do Ministério Público do Estado de Goiás. A conversa durou uma hora.
O promotor recomendou à Justiça que o garoto seja internado provisoriamente por 45 dias. A Vara da Infância e Juventude deve tomar uma decisão sobre a internação até a segunda-feira (23). O promotor também recomendou que, por segurança, ele seja alojado em local separado de outros jovens em privação de liberdade.
O adolescente foi apreendido em flagrante nessa sexta-feira (20), após atirar contra colegas no Colégio Goyazes, no bairro Conjunto Rivieira. Dois estudante morreram no local e outros quatro seguem internados.
O pai do adolescente e a advogada da família, Rosangela Magalhães, acompanharam todo o procedimento. Segundo Rosangela, a mãe está internada desde sexta-feira em estado de choque.
A família só vai se pronunciar oficialmente depois da audiência de apresentação do adolescente à Justiça. Ainda não há data marcada, mas a expectativa da advogada é que isso ocorra também na segunda-feira.
Um novo boletim médico sobre o estado de saúde de três dos quatro estudantes feridos durante o ataque foi divulgado por volta das 5h30. Em nota, o Hospital de Urgências de Goiânia afirmou que, a pedido dos familiares, não serão mais divulgadas informações sobre as duas meninas de 13 anos internadas na UTI do hospital.
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O menino, com a mesma idade, permanece internado na enfermaria com estado de saúde estável. Ele está consciente, respira de forma espontânea e se alimentada por via oral. A quarta vítima, uma menina de 13 anos, está internada com bom estado de saúde no Hospital Acidentados. Ela foi atingida por um disparo próximo ao punho e, de acordo com informações do hospital, se recupera bem.
Vítimas fatais
Os dois adolescentes que morreram durante uma ataque com arma de fogo em uma escola particular de Goiânia foram sepultados no fim da manhã deste sábado em cemitérios da cidade.
O ataque ocorreu na manhã de sexta-feira, quando um estudante da mesma turma, que era alvo de bullying por parte de um colega, usou a pistola da mãe, policial militar, para matar o outro adolescente que praticava o bullying. O autor do ataque foi apreendido em flagrante.
O pai de um dos adolescentes mortos conversou rapidamente com a imprensa. Leonardo Calembo informou que a família está consternada e criticou o que chamou de perda de valores na sociedade.
“O que tem faltado hoje nas famílias é o ensino do amor ao próximo, que a família é importante, que a vida do próximo é importante. Eu quero deixar bem claro que meu filho era cristão, obreiro da igreja, meu filho não foi pivô de nada, não foi o único alvo”, afirmou Calembo. O filho dele foi o acusado de praticar bullying contra o jovem autor do ataque.
Volta às aulas
O diretor da escola participou dos sepultamentos, mas não deu entrevistas. De acordo com Flávio Roberto de Castro, presidente do Sindicado dos Estabelecimentos de Ensino Particular de Goiânia, a outra diretora da escola, identificada como Tia Rose, passou mal ao receber a notícia do incidente na sexta-feira e passou a noite hospitalizada.
O colégio não deve funcionar na próxima segunda-feira. “Na segunda-feira, vamos nos reunir com a comunidade e professores e ajudar a escola a montar um plano de volta às aula. A partir dessa conversa, mediada pelo sindicato e pelo Conselho Estadual de Educação, teremos um calendário”, explicou Castro. Agência Brasil