É impossível escrever sobre a morte de Franco Scornavacca (28 de maio de 1948 – 15 de setembro de 2018) sem se referir logo ao empresário como o pai do KLB, bem-sucedida boyband criada por Franco em 2000 com os filhos Kiko, Leandro e Bruno.
Até porque, de 2000 para cá, Scornavacca trabalhou sobretudo em favor do trio até sair de cena na noite de ontem, aos 70 anos, em São Paulo (SP), vítima de parada cardíaca. E o fato é que, mesmo sem o reconhecimento da imprensa musical, o KLB se revelou um produto mercadológico rentável que conquistou o público adolescente feminino no Brasil dos anos 2000, se mantendo até hoje nesse mercado com boa agenda de shows (o que seria feito ontem em Curitiba foi obviamente cancelado por conta da morte de Scornavacca).
Contudo, é também fato que o empresário viveu o auge comercial da carreira na década anterior, como um dos reis do milionário universo sertanejo. No fim da década de 1980 e ao longo dos anos 1990, Franco Scornavacca foi o empresário e agente responsável pelo estouro de Leandro & Leonardo e de Zezé Di Camargo & Luciano, as duas duplas sertanejas de maior sucesso naqueles tempos de vendas astronômicas de discos e shows feitos para multidões Brasil afora.
Scornavacca foi decisivo para a explosão da carreira de Leandro & Leonardo na virada da década de 1980 para a de 1990 no embalo do retumbante êxito alcançado pela gravação de Pense em mim (Douglas Maio, José Ribeiro e Mário Soares, 1990) pela dupla de irmãos goianos. Tanto que, quando deixaram de trabalhar com Scornavacca, Leandro & Leonardo perderam força no mercado sertanejo.
Na sequência, o empresário cuidou da agenda da então emergente dupla Zezé Di Camargo & Luciano. Ambas as duplas deveram muito a Scornavacca o sucesso retumbante do início da carreira.
Nascido Franscesco Scornavacca em 1948, na cidade italiana de Morano Calabro, o empresário cresceu no sul do Brasil, tendo sido músico antes de se decidir a atuar nos bastidores no agenciamento de carreiras de cantores, duplas e grupos. Entre 1960 e 1969, o então jovem Scornavacca foi baixista de banda paulistana inicialmente chamada Os Jetsons e, a partir de 1966, rebatizada como Os Brasas, com a qual o futuro empresário gravou um único álbum em 1968.
Com o fim do grupo, Scornavacca ainda tentou carreira solo como cantor na década de 1970. Contudo, o sonho de ser popstar somente seria realizado por ele nos anos 2000 através dos filhos Kiko, Leandro e Bruno, os integrantes do KLB que prestam justas reverências a esse importante empresário que, laços familiares à parte, foi mais do que o pai do KLB. G1