Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) cassou o registro do médico Denis Cesar Barros Furtado, o Dr. Bumbum. Cabe recurso.
A decisão será submetida ao Conselho Federal de Medicina (CFM). “Estão sendo cumpridos os prazos e as etapas administrativas previstas na legislação competente”, informou o CRM-DF, por meio de nota.
O médico está foragido. Ele é acusado de ter provocado a morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos, após um procedimento estético na cobertura de um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Nesta quarta-feira (18), a advogada Naiara Baldanza afirmou que o profissional “sofre de síndrome do pânico” e “vai tratar com a polícia a data e o horário que ele se entregará”.
Sem especialização
Para atuar como cirurgião plástico – como fazia o Dr. Bumbum –, a residência é obrigatória. São dois anos trabalhando como cirurgião geral e mais três anos fazendo apenas plástica.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Dr. Bumbum não é especialista e realizava os procedimentos em local inadequado, como o que supostamente matou Lilian Calixto.
Um ex-chefe de Furtado afirmou ao G1 que, apesar de se identificar como cirurgião plástico, ele se recusava a fazer residência ou qualquer outra especialização para exercer a medicina.
Histórico conturbado
O médico é alvo de um inquérito da Polícia Civil, motivado por pelo menos seis denúncias. Até esta quarta-feira (18), o Ministério Público informava que não tinha conhecimento de denúncia contra o médico à Justiça.
No entanto, o órgão disse que existe a possibilidade de ele já estar respondendo judicialmente em algum processo que esteja correndo em sigilo.
No Distrito Federal, Dr. Bumbum trabalhou em ao menos três lugares. Uma clínica mantida no Lago Sul, área nobre de Brasília, foi considerada clandestina pela Polícia Civil. Segundo pacientes, ele também atendia em uma clínica na Asa Norte.
Além disso, ele trabalhou no Hospital das Forças Armadas (HFA), onde exercia a função de oficial médico temporário. Durante o período, o HFA não abriu nenhum procedimento administrativo ou sindicância contra ele. G1