“Acabou a casa, foi terrível, foi um fogo que nunca passei por isso, nunca imaginei. Perdi tudo, mas tá bom. Perdi, mas a vida dos meus filhos está bem. Tenho que recomeçar a minha vida de novo”.
Esse é o triste relato Lucimara Cristina de Arruda, mãe de sete filhos que passou por momentos de pânico durante um incêndio na residência em que morava, no Parque do Lageado. O fogo se espalhou por toda a casa na manhã de sexta-feira (10), em Campo Grande, e destruiu a estrutura.
Além da moradia, móveis, eletrodomésticos, alimentos e roupas foram consumidos pelo fogo. Parte do teto também desabou. Agora, a família enfrenta um outro desafio: encontrar um novo lugar para morar.
Dessa forma, várias pessoas estão se mobilizando para arrecadar doações destinadas à família na capital.
Quem quiser prestar apoio às vítimas com doações, pode entrar em contato pelos telefones (67) 9 9324-5272 e o (67) 9 9245-4624.
Entenda o caso
Lucimara, que trabalha como diarista, estava dentro da residência com uma adolescente de 14 anos e os sete filhos, sendo um deles uma menina de 10 meses, quando o incêndio começou na terça-feira (10).
Todos eles viveram momentos de desespero porque não estavam conseguindo sair da casa. A mãe quebrou os vidros de todas as portas e janelas da residência para tentar salvar a crianças, mas foi com a ajuda de um vizinho que a família conseguiu ir para fora.
Pedro Paz dos Santos estava em casa quando ouviu o pedido de socorro dos menores: “Tio Pedro, pelo amor de Deus, corre aqui porque está pegando fogo na casa”.
Com o auxílio de uma marreta, Pedro tentou quebrar a grade da janela para tirar a família dos quartos, mas não conseguiu. Ele então quebrou os vidros da porta da sala, que dava acesso ao ambiente externo. As oito crianças e a mãe saíram pelo vão.
O combate ao incêndio mobilizou seis viaturas e 18 bombeiros. Quando os militares chegaram, a mãe e as duas crianças feridas já tinham sido levados por vizinhos para unidades de saúde.
De acordo com os peritos, a suspeita é que chamam tenham começado por causa de um curto circuito no banheiro.
“Fico agoniada só de pensar que ontem eu estava naquela casa, pensava que eu não ia sair daquele lugar, não tinha condição, não conseguia abrir as portas, ninguém conseguia quebrar a janela. Eu pensava que não ia conseguir sair daquele lugar ontem”, relembra Lucimara.
Vítimas
No total, 10 pessoas foram hospitalizadas por causa do fogo. A vítima mais grave é uma menina de 10 meses que teve 15% do corpo queimado. Ela segue na enfermaria da Santa Casa da capital e não corre o risco de morrer.
Lucimara teve ferimentos leves por conta de quebrar os vidros. Ela não está internada, mas acompanha a filha mais nova no hospital.
Um outro filho da mulher, de 9 anos de idade, que também sofreu ferimentos, foi levado para o Centro Regional de Saúde (CRS) da Coophavila II.
Já o Pedro Paz e outras crianças, que inalaram muita fumaça, foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento Vila Almeida.
A única vítima que ainda não recebeu alta foi a bebê. Todos as outras crianças e adultos foram liberados na noite de terça-feira (10) e passam bem. G1