Os vendedores ambulantes de panos desapareceram dos cruzamentos das principais avenidas de São José do Rio Preto (SP) depois que a TV TEM denunciou o esquema da “Máfia dos Semáforos” em uma reportagem exibida no telejornal na terça-feira (26). O Ministério Público do Trabalho abriu um inquérito para apurar o caso.
Nesta quarta-feira (27), um dos cruzamentos da Avenida Bady Bassitt amanheceu sem qualquer vendedor de pano de chão.
Em outro cruzamento da Avenida Alberto Andaló não foi diferente e a equipe de reportagem da TV TEM encontrou apenas um homem que realizava serviço de panfletagem regularizado pela prefeitura.
Um comerciante que não quis se identificar é proprietário de um estabelecimento próximo do ponto onde os vendedores ambulantes ficam. Segundo o homem, desde a tarde de terça-feira, nenhum outro vendedor foi encontrado no local.
Denúncia
Durante a apuração, um produtor da TV TEM se mostrou interessado na venda dos panos e, em uma conversa com um homem que se apresentou como Vagner, descobriu que o esquema envolve pessoas com pouco estudo e que perderam o emprego.
Elas são recrutadas para vender panos de chão em cruzamentos movimentados de ruas e avenidas. Na gravação feita pela TV TEM, Vagner, que se apresentou como responsável pela prática, disse que um vendedor é ameaçado caso tente trabalhar em um ponto fixo de outra pessoa.
Nós te quebra no pau (sic) e aí a fiscalização vem logo em seguida em você. Cada um aqui respeita o ponto do outro. Eu tenho oito pontos.
Segundo apuração, Vagner envia pessoas para trabalhar em outras cinco cidades do interior do estado: Araçatuba, Birigui, Andradina, Presidente Prudente e Ribeirão Preto.
Nesta terça-feira, depois que a reportagem foi exibida, Vagner procurou a redação da emissora para dar uma entrevista, mas depois mudou de ideia.
Durante a apuração da TV TEM, o homem comentou sobre o funcionamento. “São pessoas que não tinham serviço, eles compram o pano de mim e vendem durante o dia. Eles compram e revendem. O horário quem faz é o ambulante. Se quiser trabalhar duas horas ele trabalhar duas horas”, afirma. G1