Cantores populares como Gilliard e Jessé têm relançados álbuns dos anos 1980

Cantores populares como Gilliard e Jessé têm relançados álbuns dos anos 1980

Cantores populares

Cantores populares são normalmente menosprezados pela indústria do disco quando se trata de reedições de álbuns em CD e LP. Há quem rejeite o fato de que os títulos das discografias desses cantores também constituem obras fonográficas somente porque os álbuns deles foram feitos fora dos padrões estéticos da MPB, música considerada de bom gosto.

Por isso mesmo, é louvável o empenho que o produtor e pesquisador musical carioca Marcelo Fróes vem tendo para reeditar através do selo Discobertas – pela primeira vez no formato de CD – títulos das discografias de cantores que foram ídolos do povo brasileiro em tempos idos e cujas obras somente são alvos de coletâneas feitas sem zelo e critério.

Iniciada em setembro de 2017, a série de reedições de discos dos catálogos das gravadoras RGE e Som Livre pelo selo carioca ganha mais uma fornada neste mês de junho de 2018 com reedições, com tiragens limitadas de 500 cópias direcionadas a colecionadores de discos, de álbuns de Abílio Manoel (1947 – 2010), Benito Di Paula, Carlos Alexandre (1957 – 1989), Gilliard, Jessé (1952 – 1993) e Odair José.

O álbum Gilliard (RGE, 1981), por exemplo, chega ao CD em hora que não poderia ser mais acertada. Recentemente, os telespectadores do cultuado filme Paraíso perdido (Brasil, 2018), de Monique Gardenberg, se surpreenderam quando a drag queen cantora Imã, vivida por Jaloo, deu voz a uma canção de Leonardo Sullivan intitulada Não diga nada. A gravação original da música figura neste álbum de 1981, o quarto da discografia de Gilliard.

Capa de 'Gilliard', álbum de 1981 que trouxe o sucesso 'Não diga nada' (Foto: Divulgação / Discobertas)

Capa de ‘Gilliard’, álbum de 1981 que trouxe o sucesso ‘Não diga nada’ (Foto: Divulgação / Discobertas)

Diferentemente de Gilliard, que emplacou sucessivos hits nas paradas da primeira metade dos anos 1980, o cantor, compositor e pianista fluminense Benito Di Paula viveu o auge artístico e comercial da carreira na década de 1970, mas teve hits eventuais nos anos 1980 como Amigo do sol, amigo da lua (Benito Di Paula e Márcio Brandão), a música de maior projeção do álbum Que brote enfim o rouxinol que existe em mim, lançado em 1984 pela já extinta RGE e ora reeditado em CD na série de Fróes.

Nome artístico do cantor e compositor potiguar Pedro Soares Bezerra, Carlos Alexandre tem reposto em catálogo o terceiro álbum discografia – Carlos Alexandre (RGE, 1980), cujo repertório destacou a composição Já troquei você por outra, de autoria do artista – na sequência dos relançamentos dos dois primeiros álbuns, de 1979 e 1980.

Jessé, cantor fluminense que saiu de cena há 25 anos por conta de acidente automobilístico, tem reeditado em CD o segundo álbum, intitulado Jessé e lançado originalmente em 1981 com repertório que incluiu músicas pouco ouvidas de Belchior (1946 – 2017) – Voz da América, lançada em 1976 na voz de outro cantor popular, Antonio Marcos (1945 – 1992) – e Guilherme Arantes, autor de Cá entre nós, composição lançada em 1978 por Ronnie Von e nunca registrada em disco pelo autor.

Cantor e compositor goiano que obteve grande popularidade na década de 1970, Odair José tem reeditado título pouco expressivo da discografia do artista, Odair José (RGE, 1987), álbum que passou sem deixar rastro no cancioneiro do cantor.

Por fim, há no atual pacote da série do selo Discobertas um álbum de Abílio Manoel, cantor, compositor e violonista português que construiu carreira no Brasil a partir da década de 1960. De Manoel, o álbum que volta ao catálogo em CD é Becos & saídas (1978), lançado pela gravadora Som Livre há 40 anos. G1

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